Inflação dos EUA surpreende para cima em setembro
No Radar do Mercado: CPI dos EUA vem acima das projeções do mercado e reforça tendência de corte de juros menor na próxima reunião do Fed, em novembro; no Brasil, vendas do comércio recuam em agosto
Por Itaú Private Bank
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos registrou alta de 0,2% em setembro, acima da projeção do mercado, que era de 0,1%. Em 12 meses, a inflação está em 2,4%, abaixo da leitura anterior (2,5%), mas também acima do esperado (2,3%).
O núcleo do indicador, que desconsidera os itens mais voláteis, como alimentos e energia, também surpreendeu para cima, com uma alta mensal de 0,3% em setembro, mantendo o ritmo de agosto (0,3%). Na comparação anual, o núcleo acelerou para 3,3%, acima dos 3,2% registrados no mês anterior.
Olhando para a composição do núcleo, o componente de bens voltou a território positivo, dada a normalização dos preços de carros no mês. Na frente de serviços, o índice de habitação perdeu força, mas devido a hospedagem. Contudo, ao excluirmos a contribuição de habitação, o componente de serviços continuou pressionado, com medidas de núcleo acelerando no mês.
Nossa visão: a leitura de hoje, levemente acima do esperado pelo mercado, somada aos dados do mercado de trabalho recentes também mais fortes do que o antecipado, reforçam um corte de juros menor por parte do Federal Reserve na próxima reunião do comitê em novembro.
Vendas no varejo recuam em agosto
O volume de vendas no comércio varejista ampliado caiu 0,8% em agosto. O resultado veio abaixo da nossa projeção (alta de 0,2%) e da mediana das expectativas do mercado (0,3%). Na comparação anual, o indicador avançou 3,1%.
Entre os 10 setores analisados, 2 avançaram e 8 contraíram na margem. O destaque positivo do mês foram os “artigos farmacêuticos”, que registraram alta de 1,3% no mês, enquanto “veículos, motos, partes e peças” foram o destaque negativo, com queda de 5,2% na comparação mensal.
Já as vendas no varejo restrito (que desconsidera veículos, motos, partes e peças, além de materiais de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo) caíram 0,3% em relação a julho, um pouco acima da nossa projeção (-0,5%) e da mediana do mercado (-0,6%).
Nossa visão: as vendas no varejo de agosto vieram um pouco mais fracas do que o esperado no conceito ampliado excluindo o item de atacarejo (que importa mais para a composição do PIB), com surpresa negativa em “veículos e motos, partes e peças”. No entanto, houve surpresa positiva no conceito restrito, com um número mais alto em “hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo”. Os dados do varejo de hoje vão na direção de uma acomodação da economia no terceiro trimestre do ano.
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