Inflação no Reino Unido acelera e atinge dois dígitos em setembro
No Radar do Mercado: após inflação vir acima da expectativa do mercado, Banco da Inglaterra segue sob pressão para agir em sua política monetária
Por Itaú Private Bank
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido subiu para 10,1% em setembro na base anual, acelerando na comparação com a taxa de agosto (9,9%). O resultado veio ligeiramente acima das expectativas do mercado (10%).
Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS), a inflação segue sendo a maior em 40 anos. Os preços altos de alimentos e bens domésticos exerceram relevante pressão sobre o índice. Por outro lado, preços de energia mais baixos contribuíram para a desaceleração do indicador na comparação anual.
O núcleo do CPI, que exclui os itens mais voláteis, como alimentos e energia, registrou uma leve aceleração na comparação anual, de 6,3% para 6,5%. A leitura também veio ligeiramente acima das projeções do mercado.
A leitura aponta para uma inflação ainda persistente e bem distante da meta do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), que é de 2%. Portanto, pressiona ainda mais as autoridades por uma nova alta na taxa de juros do país, que hoje está em 2,25% ao ano.
Banco da Inglaterra confirma venda de títulos em novembro
O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) confirmou que as vendas de gilts (títulos do governo britânico) terão início em 1º de novembro, após terem sido adiadas (inicialmente para 31 de outubro) devido ao estresse do mercado.
O BoE espera conduzir as operações de venda seguindo os anúncios anteriores em tamanho e frequência (redução de balanço de £ 80 bilhões em um ano). Também foi informado que a maturidade dos títulos vendidos serão de curto e médio prazo, não mais do que 20 anos.