IPCA desacelera em abril, mas vem acima do esperado

No Radar do Mercado: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) de abril subiu 0,61% no mês, acima da expectativa, mas desacelerando na comparação com março

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images

O IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) de abril, que subiu 0,61% no mês, puxado pela alta nos medicamentos e alimentos. O resultado veio acima da expectativa do mercado (0,55%), mas desacelerou na comparação com março (0,71%). O acumulado em 12 meses desacelerou para 4,18%, abaixo dos 4,65% no período imediatamente anterior.

Todos os nove grupos de produtos e serviços tiveram alta em abril. O grupo de Saúde e cuidados pessoais registrou o maior impacto e a maior variação, puxado pela autorização do reajuste no preço dos medicamentos no final de março. Na sequência, estão Alimentação e bebidas, influenciado pela alta na alimentação no domicílio, e Transportes, que desacelerou na comparação mensal com a queda dos combustíveis, mas que segue em patamar elevado.

O IPCA-EX3, núcleo que reúne componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo econômico, acelerou no mês. Já o índice de difusão, que mede o percentual de itens com aumento dos preços, subiu para 66%, indicando que a inflação está mais disseminada na margem.

Em suma, a leitura veio um pouco acima da expectativa e com um qualitativo ligeiramente pior, com núcleos e índice de difusão mais elevados. Ainda assim, indicam uma desinflação gradual. Projetamos o IPCA em 6,0% em 2023, mas vemos viés de baixa diante de eventuais reduções de preços na gasolina e gás de botijão no curto prazo. Projetamos 4,5% para o IPCA de 2024, incorporando alguma desancoragem nas expectativas de inflação. A manutenção da meta atual poderia levar a uma redução na projeção, assim como sua elevação levaria a aumento adicional.

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