IPCA recua 0,29%, terceiro mês seguido de deflação
No Radar do Mercado: o IPCA apresentou retração menor do que o esperado pelo mercado; em 12 meses, o indicador desacelerou para 7,17%
Por Itaú Private Bank
O IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou uma deflação mensal de 0,29% em setembro, vindo de outra retração em agosto (-0,36%). A leitura, porém, apresentou retração menor do que o esperado pelo mercado (-0,33%). A principal surpresa veio de preços administrados (energia elétrica e gasolina). A inflação acumulada em 12 meses desacelerou de 8,73% para 7,17%.
A queda foi concentrada em quatro dos nove grupos de produtos e serviços. O componente de Transportes puxou a deflação no mês, ainda refletindo o impacto das medidas tributárias e de corte dos preços de combustíveis na refinaria. Na sequência, Comunicação e Alimentação e Bebidas apresentaram queda. Por outro lado, os componentes de Vestuário e Despesas pessoais apresentaram a maior contribuição positiva.
O IPCA-EX3, núcleo que reúne componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo econômico, moderou o ritmo de alta na comparação mensal em setembro, com a desaceleração de industriais e serviços subjacentes, esse último mostrando desinflação menos expressiva.
Já o índice de difusão, que mede o percentual de itens com aumento dos preços, caiu para 61,54% no mês, abaixo da leitura de agosto, indicando uma inflação menos disseminada. Projetamos alta de 5,5% para o IPCA de 2022 e de 5% para 2023.