IPCA sobe 0,44% em setembro, levemente abaixo do esperado

No Radar do Mercado: resultado da inflação de setembro mostrou composição benigna; em Brasília, Gabriel Galípolo foi aprovado pelo Senado e será o próximo presidente do Banco Central

O IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, que registrou alta de 0,44% no mês, acelerando na comparação com a leitura de julho (-0,02%). O resultado veio ligeiramente abaixo da nossa projeção e da mediana das expectativas do mercado, ambas de 0,46%. Em 12 meses, a taxa acumulada ficou em 4,42%, acima dos 4,24% observados no período imediatamente anterior.

A abertura do dado divulgado hoje demonstrou surpresas baixistas nos itens de despesas pessoais e cuidados pessoais. Por outro lado, o item alimentação no domicílio veio acima das expectativas.

Em relação às medidas de núcleo, que apresentam maior relação com o ciclo econômico, serviços subjacentes vieram em linha com as expectativas, enquanto industriais subjacentes vieram abaixo do esperado, puxados por higiene pessoal. Na média móvel de três meses, com dados dessazonalizados e anualizados, os serviços subjacentes desaceleraram, enquanto o núcleo de industriais subjacentes acelerou. Na mesma métrica, a média dos núcleos subiu de 4,6% para 4,9%.

Nossa visão: o IPCA de setembro veio ligeiramente abaixo da nossa expectativa e seguiu com abertura benigna, especialmente em função de alguma surpresa baixista em industriais subjacentes. Os serviços subjacentes seguiram em patamar baixo, enquanto os serviços ligados a mão de obra e alimentação fora do domicílio seguem comportados, a despeito do mercado de trabalho apertado.

Gabriel Galípolo é aprovado pelo Senado

O Senado Federal aprovou ontem a indicação do economista Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central. 66 senadores votaram pela aprovação, enquanto cinco votaram contra. A aprovação na plenária do Senado ocorreu após uma sabatina de quatro horas e uma votação unânime na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado a favor do indicado.

A aprovação com folga foi vista como sinal do bom trânsito do economista entre os senadores. O atual diretor de política monetária do Banco Central iniciará seu mandato de quatro anos à frente da instituição em janeiro de 2025.

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