IPCA-15 sobe 0,55% em janeiro, acima do esperado
No Radar do Mercado: leitura traz um viés de alta para a projeção do IPCA para o ano; na zona do euro, indicador de atividade acelerou e surpreendeu o mercado
Por Itaú Private Bank
O IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que registrou uma alta de 0,55% em janeiro, acima das expectativas do mercado (0,51%). Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumulou alta de 5,87%, mesmo patamar que o índice fechou em 2022.
A alta foi observada em todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados. Os maiores impactos vieram de Saúde e cuidados pessoais e Alimentação e bebidas. A maior variação, por sua vez, ficou com Comunicação.
O IPCA-EX3, núcleo que reúne componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo econômico, seguiu desacelerando dos picos recentes, com dinâmica de industriais perdendo força e serviços confirmando que já fizeram pico, embora o grupo seja mais inercial e sua desinflação seja mais lenta. Já o índice de difusão, que mede o percentual de itens com aumento dos preços, subiu na comparação mensal e se encontra em 67,03%.
De maneira geral, a leitura trouxe viés de alta para o IPCA fechado de janeiro (com uma surpresa na parte de serviços, com destaque para passagem aérea e combo de telefonia, internet e tv por assinatura) e para o IPCA do ano (devido ao impacto acima do esperado de emplacamento e licença). Outro viés de alta para projeção do ano, atualmente em 5,8%, é o reajuste do preço da gasolina na refinaria anunciado hoje pela Petrobras.
PMIs aceleram na zona do euro
O índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que inclui os setores industrial e de serviços, registrou uma aceleração em janeiro acima do esperado pelo mercado, passando de 49,3 em dezembro para 50,2. Com isso, o indicador voltou a patamar expansionista (acima de 50).
O PMI industrial acelerou para 48,8, acima das projeções. Já o PMI de serviços voltou ao nível de expansão em janeiro, de 50,7, algo que já era esperado, mas com uma leitura mais forte do que o previsto pelo mercado.
A pesquisa apontou uma melhora da confiança empresarial e do emprego no bloco europeu. Ao mesmo tempo, há uma queda da inflação de custos de insumos devido ao alívio nas cadeias de suprimentos e uma menor pressão externa de preços. Já a inflação média dos preços de venda de bens e serviços subiu, refletindo ainda custos mais altos e pressões salariais ascendentes.
Por países, o PMI composto da Alemanha acelerou para 49,6, praticamente em linha com as projeções. Na França, o indicador permaneceu estável, em 49 pontos.
De maneira geral, a leitura sinaliza que a atividade do bloco no primeiro trimestre de 2023 deve ser melhor do que o esperado anteriormente e confirma que o nível mais baixo dos indicadores de confiança na Europa se deu no final do ano passado.
⚠️Importante: devido ao feriado na cidade de São Paulo, não faremos a publicação do boletim No Radar do Mercado nesta quarta-feira, dia 25 de janeiro.