IPCA-15 sobe 0,69% em março, perto das expectativas
No Radar do Mercado: nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumulou alta de 5,36%; hoje também houve a divulgação dos PMIs na zona do euro e nos EUA
Por Itaú Private Bank
O IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que registrou uma alta de 0,69% em março, perto das expectativas do mercado (0,67%) e abaixo do resultado de fevereiro (0,76%). Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumulou alta de 5,36%, desacelerando na comparação com os 5,63% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta no mês. A maior variação e o maior impacto vieram de Transportes, que aceleraram em relação ao resultado de fevereiro puxados pelo aumento nos preços da gasolina com a volta parcial da cobrança de Pis/Cofins.
O IPCA-EX3, núcleo que reúne componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo econômico, acelerou na comparação com a última leitura, mas segue em ritmo moderado. Já o índice de difusão, que mede o percentual de itens com aumento dos preços, recuou na comparação mensal e se encontra em 61,31%.
De maneira geral, o resultado corrobora o cenário de desinflação e mostra uma composição mais favorável, embora as medidas de núcleo sigam acima do compatível com o cumprimento da meta de inflação. Nas próximas leituras, devemos observar recuo no acumulada em 12 meses para cerca de 4,0%, influenciado pelo efeito base dos cortes de impostos no ano passado. A inflação volta a acelerar a partir do terceiro trimestre do ano, e deve encerrar 2023 com alta de 6,1% e 4,2% em 2024.
Indicador de atividade na zona do euro sobe além do esperado
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços, subiu em março, de 52 para 54,1, superando as expectativas de estabilidade.
O resultado foi puxado pelo PMI de serviços, que avançou para 55,6, além do esperado. Já o PMI industrial recuou para 47,1, enquanto o mercado esperava uma melhora no indicador. A pesquisa destacou que a confiança dos empresários segue resiliente, apesar das recentes preocupações com a estabilidade do setor bancário e das taxas de juros mais altas.
PMI composto também sobe em março nos EUA
Nos EUA, o PMI composto subiu em março, de 50,1 para 53,3, enquanto o mercado esperava uma queda. O PMI de serviços avançou de 50,6 para 53,8. Já o PMI industrial avançou de 47,3 para 49,3. Ambos vieram acima das expectativas do mercado.
Segundo a pesquisa, este foi o aumento mais rápido na atividade empresarial americana em quase um ano, à medida que as condições de demanda melhoraram e os novos pedidos voltaram a crescer pela primeira vez desde setembro, principalmente no setor de serviços.
Incertezas em relação a bancos europeus continuam
A saúde do setor bancário segue em foco no mercado financeiro global. Dessa vez, a forte queda das ações do Deutsche Bank desperta atenção e derruba outros bancos europeus. Os papéis já perderam mais de um quinto do seu valor neste mês, após os contratos de Credit Default Swap (CDS), uma espécie de seguro para os detentores de títulos da instituição, atingirem sua máxima em quatro anos.