Liz Truss renuncia ao cargo no Reino Unido
No Radar do Mercado: primeira-ministra teve o governo mais curto do Reino Unido; na China, banco central manteve taxas de juros
Por Itaú Private Bank

A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, renunciou ao cargo após um período de 45 dias na função. Com isso, ela se tornou a premiê com a passagem mais rápida por Downing Street.
A primeira-ministra vinha sofrendo uma série de pressões dos parlamentares do partido conservador após anunciar seu plano econômico, que incluía um expressivo pacote fiscal, o que gerou uma grande repercussão negativa nos mercados e uma desvalorização da libra esterlina. Em resposta, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) chegou a intervir e anunciar um programa de compra de títulos do governo britânico, chamados de gilt bonds.
Pressionada, Truss precisou recuar, revertendo parte do pacote de corte de impostos. Além disso, demitiu Kwasi Kwarteng, ministro das finanças que liderou o plano econômico e que foi substituído por Jeremy Hunt.
Em seu comunicado de renúncia, Truss afirmou que permanece no cargo até que seu substituto seja escolhido. A eleição de liderança deve ser concluída nas próximas semanas, e o novo premiê terá o desafio de não apenas alcançar a estabilidade econômica, mas de também tentar unir o partido novamente.
Banco central da China mantém taxas de juros
O banco central da China (PBoC, na sigla em inglês) manteve suas taxas de juros de referência para empréstimos de curto e longo prazos inalteradas. Com isso, a Loan Prime Rate (LPR) com vencimento de um ano permanece em 3,65% ao ano, enquanto a LPR de cinco anos, referência para hipotecas, em 4,30% ao ano.
A decisão veio em linha com as expectativas do mercado, e seguiu a decisão de manutenção de suas principais taxas de juros da linha de crédito de médio prazo (MLF) recentemente.
A divergência de política do PBoC, na comparação com a maioria das grandes economias que têm aumentado as taxas de juros para controlar a inflação, se dá por conta de um quadro inflacionário mais controlado. A leitura de preços ao consumidor do país alcançou 2,8% na comparação anual em setembro, indicando espaço para uma política monetária acomodatícia.
No entanto, com a depreciação do yuan nos últimos meses, a pressão do dólar e um maior diferencial de juros com o ciclo de aperto monetário nos EUA, esse espaço deve ser limitado.