Manifestantes invadem sedes dos Três Poderes em Brasília
No Radar do Mercado: ontem manifestantes invadiram sedes dos Três Poderes em Brasília. Relatório Focus do BC apontou alta nas projeções do mercado para a inflação
Por Itaú Private Bank
Ontem, manifestantes invadiram e atacaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. Durante a invasão, os prédios foram vandalizados e a infraestrutura foi depredada.
O Presidente Lula decretou intervenção federal na área de segurança do Distrito Federal, que permite o controle federal das forças de segurança pública até 31 de janeiro. O Congresso terá uma sessão extraordinária hoje para analisar a proposta de intervenção federal. Ao que tudo indica, as forças de segurança já controlaram as manifestações.
Após os acontecimentos deste último domingo, devemos esperar um aumento no prêmio de risco dos ativos brasileiros no curto prazo. Reiteramos nossa opinião de que os efeitos sobre o mercado devem ser limitados, enquanto investidores avaliam a politica econômica do novo governo, apesar da volatilidade de curto prazo.
No momento da escrita deste texto, taxas mais curtas abrem de 11 a 18bps, enquanto as mais longas abrem até a 17bps. A bolsa opera em leve queda de 0,5% ao redor de 108.500 pontos, enquanto dólar se valoriza 0,9%, chegando a R$5,28.
Focus: expectativas de inflação sobem para 2023 e 2024
O Banco Central divulgou hoje mais uma edição do Relatório Focus. De maneira geral, as expectativas de inflação se mantiveram estáveis para 2022, mas subiram para 2023 e 2024.
Na comparação com a semana anterior, a mediana das expectativas para o IPCA ficou estável para 2022 em 5,62%, ainda acima do teto da meta de inflação deste ano (de 5%). Vale lembrar que a meta central é de 3,50%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para 2023, no entanto, a projeção subiu de 5,31% para 5,36%, acima da meta de 3,25%. Para 2024, a estimativa aumentou de 3,65% para 3,70%, também acima do centro da meta de 3%.
Em relação à atividade econômica, a mediana para o Produto Interno Bruto (PIB) para 2022 teve uma leve queda, de 3,04% para 3,03%. Para 2023, houve queda de 0,80% para 0,78%. Para 2024, seguiu em 1,50%.
Na política monetária, a mediana das estimativas para a taxa Selic para 2023 ficou estável (12,25%). No entanto, houve uma revisão para cima para 2024 (9% para 9,25%).
Por fim, no câmbio, as projeções tiveram ligeiro aumento para 2023 (a R$/US$ 5,28) e 2024 (a R$/US$ 5,30).