Marcamos presença na reunião anual do FMI
Nosso time participou de um dos eventos mais importantes do calendário econômico mundial. Veja alguns insights do encontro
Por Itaú Private Bank
4 minutos de leitura
Na última semana, nosso time esteve presente entre diversas autoridades globais na reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e nos encontros que acontecem concomitantemente. Os eventos, que estão entre os mais importantes do calendário econômico mundial, aconteceram em Washington D.C., nos Estados Unidos.
Listamos alguns insights, que você confere a seguir.
Como está o cenário internacional
- A inflação global tem pressionado os Bancos Centrais a elevarem suas taxas de juros mais rápido do que o esperado;
- O aperto monetário é coordenado, mas as respostas dos países divergem, a depender do tipo de pressão inflacionária enfrentada. Escolher a dose do aperto também é uma decisão complicada diante das incertezas, pois subir muito/menos os juros pode ter consequências indesejadas;
- O risco financeiro voltou ao radar. Os bancos centrais possuem instrumentos (liquidez e medidas regulatórias) para lidar com esses casos isolados, que já ocorreram no passado. Porém, no momento, ainda não é possível saber qual seria a magnitude desse potencial problema e como os países lidariam com a situação em caso de uma crise mais séria.
Os próximos passos nos Estados Unidos
- O país tem uma inflação gerada domesticamente e, portanto, o aperto deve ser maior do que na Europa, onde a inflação até agora é mais relacionada à crise de energia;
- O mercado espera que seja suficiente subir os juros americanos para perto de 5% e que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) pause o ciclo de aperto nos próximos meses. O risco é parar muito cedo e ter de voltar a elevar as taxas;
- Há uma preocupação com o mercado de trabalho apertado. A oferta não tem melhorado como o esperado e pode ser difícil desaquecer a criação de vagas;
- Dólar deve continuar forte, porque está relacionado com fundamentos melhores na economia americana. Não parece haver intenção de intervir.
A situação atual da China
- A política de tolerância zero à Covid-19 não deve acabar tão cedo. As autoridades chinesas sabem do custo econômico envolvido e estão dispostas a arcar com as consequências;
- A política atual é dar mais ênfase à autossuficiência da economia, especialmente no setor de tecnologia, à distribuição de renda e à segurança nacional. O país enfrenta problemas com o setor imobiliário, que são cíclicos e estruturais. É provável que aconteça uma pequena recuperação com os estímulos, mas que o setor desinfle nos próximos anos;
- Quanto à situação com Taiwan, permanece um risco no médio prazo. Será importante acompanhar os resultados das eleições de Taiwan (2024) e dos EUA (neste ano e em 2024) para medir a possibilidade de um conflito mais explícito.
O cenário europeu diante da guerra
- A crise de energia vai perdurar, e a economia começa a sucumbir com o peso do aumento no custo da energia, elevada inflação e risco geopolítico;
- O inverno vai ser o grande teste para as estratégias adotadas até agora;
- Recessão parece ser o cenário básico para 2023;
- Impulsos fiscais tentam reduzir as dores de curto prazo, mas apenas distribuem o custo do ajuste ao longo do tempo;
- O conflito na Ucrânia deve continuar, pelo menos até o final o inverno, e a escalada já está acontecendo, com a destruição na infraestrutura da Ucrânia e risco de sabotagem em outros países da região. Putin quer elevar o custo da guerra para os EUA e Europa.
As perspectivas para o Brasil
- Visão muito positiva sobre o Brasil. O país navega bem no cenário de alta de preços de commodities e é autossuficiente em energia e alimentos. Está crescendo mais do que o esperado e tem espaço até para cortar taxas em 2023, já que começou a subir os juros antes de todos. A moeda brasileira está entre as poucas que estão apreciando neste ano em relação ao dólar.