Midterms: onda republicana não se concretiza nos EUA
No Radar do Mercado: democratas têm obtido desempenho melhor do que o esperado nas “midterms” dos EUA; no Brasil, vendas no varejo cresceram em setembro
Por Itaú Private Bank
Ontem, os americanos retornaram às urnas para as "Midterms", eleições de meio de mandato. Apesar de os resultados ainda estarem em andamento, os democratas têm obtido desempenho melhor do que o esperado pelas projeções, e a chamada “onda vermelha”, que daria aos republicanos amplo controle do Senado e da Câmara, já está enfraquecida.
Os republicados provavelmente obterão controle da Câmara, mas com vantagem mais apertada do que o projetado. Já a disputa pelo Senado está praticamente empatada. A definição do controle da casa deve depender das corridas de Nevada, onde é esperado um atraso na divulgação dos resultados devido a tempestades, e Geórgia, onde deve acontecer um segundo turno, com resultado oficial apenas em dezembro.
As projeções, no entanto, passam a favorecer um controle democrata no Senado, já que o empate implica vantagem do partido, uma vez que a vice-presidente Kamala Harris possui direito a votos de desempate.
O controle dos republicanos na Câmara deve implicar em pressão por uma política fiscal mais restritiva, mas em grau menor do que seria caso o partido conquistasse todo o Congresso. Também deve haver um endurecimento na postura frente à China, com maior apoio a Taiwan e limitação de exportação de tecnologia americana.
Outro ponto de foco nestas eleições, o desempenho dos candidatos pró-Trump foi abaixo das expectativas. Em uma das disputas mais acirradas, por exemplo, o democrata John Fetterman derrotou Mehmet Oz (apoiado pelo ex-presidente) na Pensilvânia. Destaca-se, também, que Ron DeSantis, principal concorrente de Trump para a nomeação pelo Partido Republicano obteve um segundo mandato como governador da Flórida por uma vitória esmagadora, abrindo caminho para que possa desafiar Trump pela candidatura.
Vendas no varejo crescem 1,1% em setembro
O volume de vendas no varejo brasileiro registrou um crescimento mensal de 1,1% em setembro, segundo divulgado hoje pelo IBGE, bem acima do esperado pelo mercado (0,3%). Na comparação anual, o comércio cresceu 3,2%, a segunda taxa positiva consecutiva do indicador e acima das expectativas (1,8%).
Seis das oito atividades pesquisadas tiveram taxas positivas em setembro. Entre as altas, os principais impactos vieram de “Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo" e "Combustíveis e lubrificantes”. Já as retrações ocorreram em “Móveis e Eletrodomésticos” e “Outros artigos de uso pessoal e doméstico”.
No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, houve crescimento de 1,5% frente a agosto. Na base anual, a comércio registrou alta de 1%. Ambas as leituras vieram acima do esperado pelo mercado.
Apesar do forte ritmo de setembro, o setor encerrou o terceiro trimestre no campo negativo (1,2%) e deve seguir em desaceleração nos próximos meses diante da diminuição da renda disponível e das altas taxas de juros. Nosso indicador de atividade diária (IDAT) aponta para um número fraco em outubro. Já o nosso tracking (estimativa de alta frequência) para o PIB do 3T22 aumentou para +0,4% tri/tri.