No radar do mercado: inflação dos EUA acelera para 9,1% em junho

A inflação americana acelerou para 9,1% em junho, na comparação anual, acima das expectativas do mercado. No Brasil, as vendas no varejo apresentaram estabilidade em maio.

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos teve uma alta mensal de 1,3% em junho, acelerando na comparação com o resultado de maio (1,0%) e acima do esperado pelo mercado (1,1%).

Na comparação anual, houve variação de 9,1%, também acima do resultado anterior (8,6%) e das projeções, 8,8%. Os preços de energia voltaram a acelerar, de 34,6% para 41,6% a/a. Já os preços de alimentos subiram de 10,1% para 10,4% a/a.

O núcleo do indicador, que exclui itens mais voláteis, como alimentos e energia, avançou 0,7% no mês, acima das expectativas do mercado, de 0,5% m/m. Na base anual, houve um leve arrefecimento, de 6,0% para 5,9%.

Dentro do núcleo do indicador, tanto bens como serviços aceleraram o ritmo em junho, evidenciando uma maior disseminação entre os componentes. Destaca-se, ainda, a tendência de alta em habitação, um dos componentes mais persistentes da inflação.

Além de superar as expectativas, a leitura segue apontando para uma inflação persistente e disseminada na economia, dando suporte a uma postura mais dura na elevação dos juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central). Nesse contexto, crescem os temores nos mercados acerca de uma possível recessão, derrubando as bolsas americanas nesta manhã.

Vendas no varejo apresentam estabilidade

No Brasil, o volume de vendas no varejo teve uma variação mensal de 0,1% em maio, segundo o IBGE. O resultado veio abaixo das expectativas do mercado (1,0%). Esse foi o quinto mês consecutivo de resultado positivo na margem. Na comparação interanual, as vendas recuaram 0,2%.

Seis das oito atividades pesquisadas tiveram taxas positivas. As principais influências vieram de: livros, jornais, revistas e papelaria; artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria; tecidos, vestuário e calçados. Por outro lado, houve queda de outros artigos de uso pessoal e doméstico e móveis e eletrodomésticos.

No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, as vendas variaram 0,2% no mês, também abaixo das expectativas do mercado (1,8%). Na comparação com igual período de 2021, as vendas recuaram 0,7%.

Nosso indicador proprietário (IDAT), que acompanha diariamente a atividade econômica do país, aponta que as vendas no varejo devem entrar em campo negativo em junho.