No radar do mercado: Inflação dos EUA avança 1% no mês e 8,6% na comparação anual

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos teve uma alta de 1% na comparação mensal e de 8,6% na base anual, ambos acima do esperado pelo mercado

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos teve uma alta mensal de 1% em maio, bem acima do resultado de abril (0,3%) e do esperado pelo mercado (0,7%).

Na comparação anual, houve variação de 8,6%, também acima do resultado anterior e das projeções, ambos de 8,3%. Após desacelerarem em abril, os preços de energia voltaram a acelerar em maio, de 30,3% para 34,6% a/a. Já os preços de alimentos subiram de 9,4% para 10,1% a/a, ficando acima da casa dos dois dígitos pela primeira vez desde 1981.

O núcleo do indicador, que exclui itens mais voláteis, como alimentos e energia, avançou 0,6% no mês e 6,0% na base anual. Os resultados também vieram acima das expectativas do mercado, de 0,5% m/m e 5,9% a/a.

No mês, as maiores pressões vieram de componentes relacionados à pandemia, como carros e caminhões usados e veículos novos, passagens aéreas e acomodação, enquanto itens como habitação mantiveram o ritmo de alta.

Além de superar as expectativas do mercado, a leitura segue apontando para uma maior disseminação da inflação. Dessa forma, a divulgação dá suporte às altas de 50 pontos-base indicadas pelo Federal Reserve (Fed, banco central) para as reuniões de junho e julho e pode aumentar a pressão pela manutenção do ritmo à frente.

Vendas no varejo crescem 0,9% em abril

O volume de vendas no varejo teve um crescimento mensal de 0,9% em abril, segundo divulgado hoje pelo IBGE. O resultado veio acima das expectativas do mercado (0,3%). Frente a abril de 2021, o comércio varejista cresceu 4,5%. Em 2022, o setor acumula alta de 2,3%.

Quatro das oito atividades pesquisadas tiveram taxas positivas. Entre elas, estão móveis e eletrodomésticos (2,3%), tecidos, vestuário e calçados (1,7%). São destaques de variações negativas os componentes de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,1%), livros, jornais, revistas e papelaria (-5,6%) e equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-6,7%).

No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, as vendas avançaram 0,7% no mês, em linha com as expectativas do mercado (0,8%). Tanto veículos, motos, partes e peças (-0,2%) quanto material de construção (-2,0%) tiveram resultados negativos. Na comparação anual, o varejo ampliado registrou alta de 1,5%.

O crescimento do consumo é impulsionado pela retomada do mercado de trabalho e um nível historicamente baixo da poupança dos consumidores, após atingir patamares elevados na pandemia. Esses são fatores que compensam a tendência de queda das concessões de crédito em meio às altas taxas de juros.

Mercados (atualizado às 12h)

O Ibovespa opera em queda na manhã de hoje, em um dia de aversão ao risco nos mercados internacionais diante dos temores de que o Fed leve os juros para níveis mais restritivos após a inflação americana vir bem acima do esperado pelo mercado. O retorno do lockdown contra a Covid-19 em Xangai, na China, também segue no radar dos investidores.

Com a percepção de que a inflação americana ainda não atingiu o pico, o dólar opera em forte alta globalmente e é negociado por volta de 5,00 frente ao real. Na renda fixa, os juros futuros operam em ligeira alta ao longo da curva.