No radar do mercado: IPCA-15 avança 0,59% em maio, acima do esperado

O IPCA-15 teve uma alta mensal de 0,59% em maio, acima das expectativas do mercado (0,45%). Em 12 meses, a alta é de 12,20%, ante leitura de 12,03% de abril

Por Itaú Private Bank

4 minutos de leitura
Imagem ilustrativa do artigo No radar do mercado: IPCA-15 avança 0,59% em maio, acima do esperado
Crédito: Getty Images

O IBGE divulgou hoje o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que teve uma alta mensal de 0,59% em maio, desacelerando frente ao registrado em abril (1,73%), mas acima das expectativas do mercado (0,45%). É a maior variação para um mês de maio desde 2016 (0,86%). Em 12 meses, a alta é de 12,20%, acelerando ante a leitura de 12,03% de abril.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços tiveram alta. A exceção foi habitação (-3,85%), refletindo a queda em energia elétrica, com a adoção da bandeira verde em meados de abril. Já o maior impacto positivo veio dos grupos de transportes (1,80% m/m e 0,40 p.p.) e alimentos e bebidas (1,52% m/m e 32 p.p.), impulsionados por passagens aéreas (18,4% m/m) e alimentos para consumo no domicílio (1,7% m/m), respectivamente.

Dentre as medidas de núcleo, os industriais subjacentes avançaram 1,72% m/m (de 11,9% a/a em abril para 12,7% a/a), e os serviços subjacentes subiram 0,98% m/m (de 7,4% para 8,4% a/a).

O IPCA-EX3 (núcleo que reúne componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo econômico) avançou 1,29% m/m e acumula alta de 10,2% em 12 meses (ante 9,2% do mês anterior). Já o índice de difusão, que mede o percentual de itens com aumento dos preços, atingiu 74,9% no mês, abaixo dos 78,7% observados em abril. Apesar da queda, a leitura permanece em patamares elevados, indicando uma pressão inflacionária generalizada.

PMI composto recua na zona do euro e nos Estados Unidos

O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que inclui os setores industrial e de serviços, recuou em maio de 55,8 para 54,9, mas ainda consistente com um sólido crescimento do PIB no segundo trimestre.

O PMI de serviços retraiu de 57,7 para 56,3, abaixo do consenso (57,4). Já o PMI industrial recuou de 55,5 para 54,5, também abaixo das expectativas (54,7), apontando para a dificuldade do setor diante das restrições de oferta causadas pela guerra na Ucrânia e pelo surto de Covid-19 na China. A análise por países apontou leve melhora no PMI industrial da Alemanha (para 54,7, em 1,1 p.p.) e queda na França (para 54,5, em -1,2 p.p.). Já o PMI de serviços caiu de 57,6 para 56,3 na Alemanha e de 58,9 para 58,4 na França.

O PMI composto dos Estados Unidos também recuou em maio na comparação com abril, de 56 para 53,8, segundo dados divulgados hoje pelo S&P Global. Apesar de o resultado ter vindo abaixo do consenso do mercado (55,7), leituras acima de 50 indicam expansão da atividade.

O PMI industrial retraiu de 59,2 para 57,5, um pouco abaixo das projeções (57,7), mas a principal surpresa negativa veio do componente de serviços, que recuou de 55,6 para 53,5, bem abaixo da projeção do mercado (55,2).

Mercados

Em um dia de aversão ao risco nos mercados internacionais, o Ibovespa opera em queda na manhã de hoje, pressionado pelas ações da Petrobras, que caem enquanto os investidores repercutem a terceira mudança no ano no comando da Petrobras.

Na renda fixa, os juros futuros operam em alta, em uma sessão de ajustes após a divulgação do IPCA-15 de hoje vir acima do esperado pelo mercado. O dólar tem mais um dia de desvalorização e é negociado a 4,79 frente ao real.

(Atualizado às 12h)