No radar do mercado: núcleo do PCE acelera em junho

O núcleo PCE dos Estados Unidos, uma das referências usadas pelo Federal Reserve em suas decisões de política monetária, acelerou em junho e veio acima das expectativas

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images

O núcleo do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que exclui os itens mais voláteis, como alimentos e energia, teve uma alta mensal de 0,6% em junho, ligeiramente acima das expectativas do mercado (0,5%). Na comparação anual, a alta é de 4,8%, acelerando frente ao registrado em maio (4,7%).

O indicador “cheio” do PCE, teve uma alta mensal de 1%, levemente acima das expectativas (0,9%) e acelerando na comparação com o resultado de maio (0,6%). Na base anual, também houve uma aceleração, de 6,3% para 6,8%.

O avanço reflete altas nos preços de bens e de serviços, mas, principalmente, nos preços de energia, que deram o maior salto (7,5% m/m e 43,5% a/a). A inflação dos alimentos também segue em patamares elevados (1% m/m e 11,2% a/a).

O gasto dos consumidores teve alta de 1,1%, ligeiramente acima das projeções (1%). Já o gasto real dos consumidores (ajustado pela inflação) variou 0,1%, enquanto a expectativa era de 0%.

Vale lembrar que o indicador é a referência usada pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) em suas decisões de política monetária. A aceleração registrada e a pressão sobre os preços reforçam a necessidade de que o Fed mantenha a postura mais dura.

PIB na zona do euro cresce 0,7% no 2º trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) na zona do euro cresceu 0,7% no segundo trimestre, na comparação com o primeiro, segundo dados preliminares divulgados pela Eurostat. O resultado veio bem acima das expectativas do mercado (0,2%).

Na comparação anual, a economia da zona do euro avançou 4% entre abril e junho. O crescimento foi melhor na Itália, Espanha e França, principalmente devido à atividade turística, enquanto na Alemanha o resultado foi mais fraco. Esperamos uma desaceleração do crescimento no segundo semestre, em meio ao choque de oferta de energia proveniente da Rússia.

CPI da zona do euro atinge 8,9% em julho

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro atingiu a máxima histórica de 8,9% em julho e superou o recorde de junho (8,6%). Além da aceleração frente ao mês anterior, o resultado veio ligeiramente acima das expectativas do mercado (de 8,8%).

O núcleo do CPI registrou uma alta de 4,0% a/a, acelerando frente a junho (3,7%) e acima das projeções (3,8%). À frente, a inflação deve seguir pressionada, conforme algumas medidas temporárias expiram na região (como o desconto do bilhete de transporte na Alemanha) e devido aos preços elevados de gás.