No radar do mercado: produção industrial do Brasil cresce 0,1% em abril

A Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de abril apontou um crescimento, em linha com as expectativas do mercado. Nos EUA, o Payroll indicou a criação de 390 mil vagas de trabalho em maio, acima das projeções

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images

O IBGE divulgou hoje a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de abril, que apontou um crescimento de 0,1% frente a março, em linha com as expectativas do mercado. Este é o terceiro resultado positivo consecutivo do indicador, que acumula no período uma expansão de 1,4%.

Em relação ao mês de abril de 2021, houve um recuo de 0,5%, a nona taxa negativa consecutiva nessa comparação. No ano, a indústria recuou 3,4%. Já em 12 meses, a queda é de 0,3%, mantendo a trajetória descendente iniciada em agosto de 2021.

Em abril, houve alta em duas das quatro grandes categorias econômicas. Entre elas, bens de consumo semi e não duráveis (2,3%) e bens intermediários (0,8%) avançaram, enquanto bens de capital (-9,2%) e bens de consumo duráveis (-5,5%) recuaram.

Ao olhar as atividades, houve alta em 16 das 26 pesquisadas. Entre as influências positivas, as principais são coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,6%), bebidas (5,2%) e outros produtos químicos (2,8%).

Diante dos indicadores positivos, esperamos que o PIB para o segundo trimestre seja de 0,8% tri/tri. Também revisamos nossa revisão de crescimento para 2022, de 1,0% para 1,6%. Ainda esperamos um enfraquecimento da atividade no segundo semestre, com queda da renda das famílias e política monetária contracionista. Mantivemos nossa projeção de crescimento modesto para 2023 (+0,2%).

EUA criam 390 mil vagas de emprego em maio

O relatório de folha de pagamentos dos Estados Unidos, o Payroll, indicou a criação de 390 mil vagas de trabalho em maio, acima das expectativas do mercado (318 mil). Também houve revisão da leitura de abril, que foi de 428 mil para 436 mil vagas.

A taxa de desemprego permaneceu estável, em 3,6%, ligeiramente acima do consenso de mercado (3,5%). Por outro lado, houve um leve aumento na taxa de participação, de 62,2% para 62,3%. Os ganhos salariais por hora trabalhada avançaram 0,3% na comparação com abril, para 31,05 dólares, ante expectativa de 0,4%. Nos últimos 12 meses, houve uma alta de 5,2%, desacelerando frente aos 5,5% de abril, em linha com as projeções.

A sólida criação de vagas e as pressões salariais reforçam a visão do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de uma economia forte no país, o que corrobora com o plano de normalização de sua política monetária.

Também houve a divulgação do índice do Instituto de Gerência de Oferta (ISM, na sigla em inglês) de serviços, que recuou de 57,1 para 55,9 pontos em maio, abaixo das expectativas (56,5). O indicador de novos pedidos cresceu de 54,6 para 57,6, enquanto o componente de empregos no setor avançou de 49,5 para 50,2. Já o indicador de negócios caiu de 59,1 para 54,5, enquanto a entrega dos fornecedores teve queda de 65,1 para 61,3, ainda indicando entregas mais lentas do que de costume.

Mercados (atualizado às 12h)

O Ibovespa opera em queda na manhã de hoje, acompanhando o desempenho das bolsas de Nova York, após o Payroll indicar uma criação de vagas nos Estados Unidos mais forte do que o esperado pelo mercado, aumentando os temores de que o Fed leve os juros para níveis mais restritivos.

No cenário local, os investidores ainda monitoram os riscos fiscais de um possível decreto de calamidade pública no país. Na renda fixa, os juros futuros operam em ligeira alta ao longo da curva. O dólar opera perto da estabilidade, sendo negociado por volta de 4,80 frente ao real.