On Credit: o que esperar para o mercado de crédito global adiante?
Confira as últimas atualizações do mercado de crédito local e internacional preparadas por nossos especialistas
Por Itaú Private Bank
A nova edição trimestral do On Credit traz atualizações do mercado de crédito global e local feitas pelos nossos especialistas. Na versão local, Vanessa Müller, do time de Global Private Investment Specialists, analisa o comportamento recente dos spreads de crédito no mercado local, em especial referentes às debêntures de infraestrutura que possuem isenção de imposto para pessoas físicas bem como para os fundos de investimento focados neste tipo de ativo.
Já o vídeo internacional é apresentado por Alejandro Estevez-Breton, Chief Fixed Income Strategist, Rafael Gaiao, Credit Strategist, e Marcelo Menusso, Chief Credit Strategist. Nele, os especialistas do Itaú Private Bank internacional falam sobre as preocupações recentes do mercado relacionadas ao Federal Reserve (Fed, banco central americano), os resultados do segundo trimestre e como todos esses fatores podem impactar o cenário de investimentos em renda fixa.
A seguir, confira os destaques dos vídeos.
Local
Na última edição, comentamos sobre a forte captação dos fundos que investem em crédito privado, com destaque para os fundos de infraestrutura. Esse movimento continua forte, e tais fundos são atualmente os grandes compradores de debêntures tanto no mercado primário quanto no secundário.
Os investidores institucionais que precisam alocar entram ávidos no mercado, derrubando os spreads. A maior procura por fundos isentos foi impulsionada pela recente mudança na tributação dos fundos exclusivos e pelo ambiente macroeconômico, que favorece ativos de renda fixa em detrimento de fundos multimercado e de renda variável.
Os spreads de crédito de debêntures isentas, de nomes AAA, estão em torno de 0,20% acima do título público correspondente, mas ultimamente observamos uma diferenciação nos spreads entre emissores recorrentes e não recorrentes.
Basicamente, a exigência de taxa para aqueles emissores recorrentes é maior. Os spreads são negociados entre 0,20% e 0,40% sobre as NTN-Bs no mercado secundário, devido à necessidade de diversificação dos portfólios de crédito.
Por outro lado, emissores não recorrentes de bons nomes têm alta demanda, resultando em spreads entre 0% e 0,20% sobre a referência dos títulos públicos.
Outro destaque é que, para investidores individuais, a Resolução do Conselho Monetário Nacional que limitou o lastro de algumas emissões de CRIs e CRAs levou à criação de soluções alternativas. O mercado respondeu com mais emissões estruturadas em sociedades limitadas e outros produtos como CDCAs.
É importante lembrar que esses ativos possuem risco de crédito, sujeitos ao desempenho das empresas e projetos, variação de juros e outros movimentos de mercado. Por isso, recomendamos carteiras diversificadas de acordo com o perfil de investimento de cada investidor.
Para mais detalhes, assista o vídeo na íntegra:
Internacional
O mercado está mais preocupado que um dos ciclos mais rápidos de aumento de juros pelo Fed e o longo período em patamar elevado possam levar a um crescimento econômico e de lucros mais lento.
O Payroll (relatório de folha de pagamentos) mais fraco em junho e leituras de inflação baixa mudaram o foco dos investidores, que nas últimas semanas estão mais atentos ao risco de desaceleração do crescimento econômico.
Dados desde 1970 mostram que ciclos de cortes do Fed favorecem os títulos tanto em pousos suaves (soft landing) quanto forçados (hard landing), enquanto as ações tendem a depender mais de um pouso suave para obter retornos fortes.
A temporada de resultados do segundo trimestre foi excelente, com um crescimento estimado dos lucros em torno de 10,9%, o mais alto desde o quarto trimestre de 2021, quando houve uma alta de 31,4%.
No entanto, o crescimento estimado do lucro por ação (LPA) do terceiro trimestre desacelerou, possivelmente refletindo a fraqueza da manufatura e a queda nos preços do petróleo desde o segundo trimestre.
Nos mercados desenvolvidos, o setor de comunicações foi o que teve mais surpresas negativas. Por isso, os spreads abriram no setor, e acreditamos que as taxas estão atrativas, especialmente para títulos sem grau de investimento.
Nos mercados emergentes, as empresas sob nossa cobertura apresentaram bons resultados, com destaque para o setor de papel. Por outro lado, o setor de aço aumentou a alavancagem.
A recente reprecificação dos títulos do Tesouro dos EUA, devido à expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Fed, criou boas oportunidades de investimento em crédito offshore.
Continuamos otimistas com títulos com grau de investimento em carteiras de crédito com taxas entre 4,5% e 5%, com preferência pelos setores de Materiais Básicos e Comunicações nas empresas que acompanhamos.
Recentemente, também elevamos nossa recomendação para títulos de mercados emergentes, em que os investidores podem obter taxas mais altas sem necessariamente correr muito mais risco de crédito.
Embora consideremos importante garantir taxas mais elevadas, acreditamos que é importante ter cautela, especialmente após o recente rali dos títulos do Tesouro americano.
Para mais detalhes, assista o vídeo na íntegra: