Perspectivas dos gestores da Itaú Asset para o mercado de crédito
Pedro Boainain e Sergio Goldstein trouxeram suas visões sobre o mercado de crédito durante o Itaú Asset Day
Por Itaú Private Bank
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Aconteceu na segunda-feira, 17/04, o Itaú Asset Day, em São Paulo, que trouxe as visões dos gestores da Itaú Asset sobre os mercados. Um dos painéis, sobre o mercado de crédito, contou com a presença de Pedro Boainain, Head das Estratégias de Crédito Tradicional e CIO da Asset Core, e Sérgio Goldstein, Head das Estratégias de Crédito Estruturado. A moderação foi feita pela Fayga Czerniakowski, Gestora de Crédito Líquido.
Entenda, a seguir, a visão de cada especialista para o momento atual.
Visões de Pedro Boainain para o Crédito Líquido
- A classe de crédito foi a única que não sofreu em 2022. Já o primeiro trimestre de 2023, apesar de intenso com eventos de Americanas e Light, não saiu do padrão VUCA (sigla em inglês que reúne as expressões volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade), sempre presente no mercado de investimentos.
- Os spreads de crédito subiram na média de CDI + 1,9% (dez22) para CDI + 2,8% (mar23).
- A Americanas quebrou paradigmas: emprestar para empresas com uma alta avaliação de crédito não é bom a qualquer momento. Também não é possível prever eventos específicos/atípicos, como fraudes ou eventos com pouca previsibilidade.
- O mercado segue dividido entre quem vê risco ou oportunidade. A estabilização dos spreads mostra que o risco já se concretizou e está ajustado aos preços.
- O cenário atual é desafiador. Empresas alavancadas vão ter dificuldades, especialmente as que dependem de crescimento e são afetadas pela inflação. Boas companhias são sobreviventes, guardaram liquidez e alongaram dívidas quando o mercado estava bom.
- O crédito incentivado é uma grande oportunidade: opções interessantes de ativos isentos no mercado com remuneração melhor do que antes da crise.
- A decisão entre comprar o título ou comprar um fundo mais diversificado passa pelo entendimento do benefício que o fundo proporciona gerenciando indexadores ativamente e pulverizando a carteira.
Visões de Sergio Goldstein para o Crédito Estruturado
- A visão mais pessimista é especialmente para o mercado de crédito estruturado. O impacto foi no mercado todo: bancos, assets, PF, FIDICs. Os juros mais altos espremem empresas que já estavam apertadas. A seletividade é essencial: é preciso olhar o detalhe do ativo.
- Olhar otimista: governo quer dar mais crédito via bancos públicos. Alguns setores vão se beneficiar, como o setor imobiliário (via CEF), mas o varejo ainda vai sofrer. É preciso cautela na avaliação das oportunidades.
- Preços estão bons, mas há vários ativos ruins no mercado. Alguns mid-yield migraram para high yield, trazendo oportunidades.
- Se o problema da empresa é liquidez e não solvência parece um bom caso para ser aprofundado.
- Judiciário tem visto de forma positiva FIDICs, CRIs, CRAs, apesar de decisões recentes mais negativas.
- Não é o preço, mas a qualidade do ativo que importa agora. O relacionamento comercial, entender como a empresa se comportou em outras crises é essencial.
A seguir, assista ao painel na íntegra: