PIB avança 0,4% no terceiro trimestre de 2022
No Radar do Mercado: PIB brasileiro avança com alta nos serviços e indústria, mas vem abaixo das expectativas do mercado; nos EUA, inflação medida pelo núcleo do PCE desacelera
Por Itaú Private Bank
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 0,4% no terceiro trimestre de 2022, em comparação com o anterior, segundo divulgado hoje pelo IBGE. A variação, em relação ao mesmo período de 2021, chegou a 3,6%. No ano, o PIB acumula alta de 3,0%. Os resultados ficaram ligeiramente abaixo das expectativas. Contudo, vale destacar que a série foi revisada para 2021 e 2022. Para 2021, o crescimento do PIB foi revisado de 4,6% para 5,0%.
Como esperado, o setor de Serviços foi o que mais contribuiu para o crescimento, além do setor Industrial também ter colaborado positivamente no comparativo trimestral. Já o setor de Agricultura foi uma surpresa negativa, contraindo ligeiramente no período.
Do lado da demanda, tanto Consumo das Famílias quanto Investimentos cresceram na comparação trimestral, mas em ritmo menor que o registrado no segundo trimestre. O Consumo do Governo, por sua vez, subiu no período. No setor externo, tanto Exportações quanto Importações de Bens e Serviços registraram altas.
Conforme esperado, o PIB do terceiro trimestre mostrou uma desaceleração no segundo semestre do ano, com menos renda disponível e o efeito defasado da política monetária contracionista. Nossa expectativa é que o crescimento econômico continuará a desacelerar. Ainda assim, o resultado de hoje coloca um viés de alta na nossa projeção do PIB de 2022, que hoje se encontra em 2,8%.
Inflação americana medida pelo Núcleo do PCE desacelera
O núcleo do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,2% outubro, desacelerando na comparação com o mês anterior (0,5%). O indicador, que exclui as pressões de energia e alimentos, veio ligeiramente abaixo das expectativas.
Na comparação anual, houve uma desaceleração de 5,2% em setembro (número que foi revisado) para 5,0%, em linha com as projeções. Vale lembrar que o indicador é uma das referências do Federal Reserve (Fed, banco central) em suas decisões de política monetária.
Para o indicador “cheio” do PCE, ou seja, que inclui os itens mais voláteis, houve variação de 0,3% na base mensal, mesmo ritmo de setembro. Na comparação anual, houve alta de 6,0%, desacelerando na comparação com a leitura do mês anterior (revisada para 6,3%).
Os gastos dos consumidores aceleraram em outubro. O gasto nominal cresceu 0,8%, enquanto o real (ajustado pela inflação) subiu 0,5%.
A leitura confirma o esperado arrefecimento do índice de preços, conforme movimento identificado na última leitura de CPI. Ainda assim, os dados de consumo reforçam a resiliência da economia, em linha com a mensagem do Fed de necessidade de uma taxa terminal de juros mais alta, apesar da potencial desaceleração do ritmo de elevação na reunião deste mês.