PIB do Brasil cresceu 2,9% em 2022

No Radar do Mercado: o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuou 0,2% no quarto trimestre de 2022, comparado com o trimestre anterior, em linha com as expectativas do mercado; o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro desacelerou na comparação anual, porém o núcleo segue pressionado

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil retraiu 0,2% no quarto trimestre de 2022, comparado com o trimestre anterior, em linha com as expectativas do mercado. Frente ao mesmo trimestre de 2021, o crescimento foi de 1,9%. No ano de 2022, o PIB acumulou alta de 2,9%.

O setor de serviços desacelerou para 0,2% no trimestre, enquanto a agricultura expandiu 0,3% e o setor industrial recuou 0,3%.

Do lado da demanda, tanto consumo das famílias quanto consumo do governo cresceram na comparação trimestral, mas em ritmo menor que o registrado no terceiro trimestre. Os investimentos, por sua vez, contraíram no período. Adicionalmente, o setor externo contribuiu positivamente para a economia no período, com exportações crescendo 3,5% e importações recuando 1,9%.

Assim, em 2022 o PIB cresceu 2,9%, após crescer 5,0% em 2021. Apoiado pela reabertura econômica e estímulos fiscais, o setor de serviços registrou forte crescimento. Houve também expansão do setor industrial, enquanto a agropecuária retraiu em 2022.

Conforme esperado, o PIB do quarto trimestre mostrou desaceleração devido à deterioração do mercado de trabalho e ao efeito defasado da política monetária contracionista. Nossa expectativa é que o crescimento econômico continuará a desacelerar à frente, ainda que os dados apontem para um desempenho econômico mais favorável no curto prazo (tracking do PIB aponta para +1% t/t no primeiro trimestre de 2023).

Inflação da zona do euro recua para 8,5% em fevereiro

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro avançou 0,8% em fevereiro, após recuo de 0,2% na leitura anterior. Na comparação anual, a alta foi de 8,5%, enquanto em janeiro o indicador registrou 8,6%. O resultado de hoje veio acima das expectativas do mercado (de 8,2%).

Ao olhar a quebra dos componentes, o arrefecimento dos preços de energia colaborou para a desaceleração do indicador. Já o núcleo do CPI, que exclui as pressões de energia e alimentos, acelerou de 5,3% para 5,6% em fevereiro, renovando o recorde histórico e superando as expectativas do mercado.

As leituras nacionais divulgadas ao longo da semana já indicavam alta probabilidade de uma surpresa altista no indicador do grupo europeu. Com isso, o mercado vinha elevando a precificação para a alta de juros na reunião de maio em direção a 50 pontos-base (após alta de igual magnitude em março já sinalizada pela autoridade monetária na última reunião).

Ainda que o indicador cheio tenha cedido pela quarta leitura consecutiva, a manutenção da trajetória de alta do núcleo da inflação reforça a manutenção de tom mais duro por parte do Banco Central Europeu (BCE). Assim, a leitura de hoje deve implicar em adicional revisão altista das expectativas do mercado para a trajetória dos juros na região.

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