Produção industrial fecha 1T23 estável; inflação nos EUA sobe em linha com o esperado
No Radar do Mercado: a produção industrial brasileira teve uma alta mensal de 1,1%; já o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA registrou uma alta de 0,4% em abril
Por Itaú Private Bank
Produção industrial fica estável no primeiro trimestre
A Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de março, divulgada hoje pelo IBGE, apontou uma alta mensal de 1,1%, considerando o ajuste sazonal, relativamente em linha com o esperado pelo mercado (0,9%). Na comparação anual, a indústria avançou 0,9%, pouco acima das expectativas (0,6%).
No mês, três das quatro grandes categorias econômicas pesquisadas avançaram na produção, com bens de capital e bens de consumo duráveis assinalando as taxas positivas mais acentuadas.
Entre os 25 ramos pesquisados, 16 subiram no mês. As influências positivas mais importantes vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, máquinas e equipamentos. Por outro lado, a confecção de artigos do vestuário e acessórios interrompeu três meses consecutivos de crescimento.
Com os dados de hoje, a produção industrial ficou estável no primeiro trimestre. Após duas quedas consecutivas, o setor se recuperou em março, impulsionado pelo segmento de manufatura. Apesar disso, esperamos que as condições monetárias mais apertadas e a desaceleração da demanda doméstica reduzam a produção industrial nos próximos meses.
Nosso tracking (estimativa de alta frequência) para o PIB do 1T23 permaneceu estável em 1,2% tri/tri.
Inflação nos EUA sobe em linha com o esperado em abril
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos registrou uma alta de 0,4% em abril, acelerando na comparação com a leitura de março (0,1%), mas em linha com as expectativas do mercado.
Na comparação com mesmo período de 2022, a alta foi de 4,9%, desacelerando mais do que o esperado e do que o registrado no mês anterior (5,0%).
O núcleo do indicador, que exclui os itens mais voláteis, como alimentos e energia, também subiu 0,4% em abril, mantendo o ritmo de março. Houve nova aceleração no componente de bens, enquanto o de serviços apresentou arrefecimento pela segunda leitura consecutiva.
Na base anual, a alta do núcleo foi de 5,5%, cedendo frente ao registrado no mês anterior (5,6%). Ambas as leituras vieram em conforme o esperado.
De maneira geral, a leitura veio em linha com o esperado e não deve alterar as expectativas para os próximos passos do Federal Reserve (Fed, banco central americano), com manutenção da abordagem dependente da evolução dos dados. Assim, o mercado deve seguir apostando na estabilidade das taxas na próxima reunião, em junho.