Reino Unido anuncia expressivo pacote fiscal

No Radar do Mercado: corte de impostos anunciado pelo governo britânico é o maior desde 1972

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images

O governo britânico anunciou hoje um expressivo pacote fiscal, cujo valor estimado deve ultrapassar 150 bilhões de libras. O seu alto custo reforça as preocupações quanto à sustentabilidade fiscal no Reino Unido, levando a uma forte reação dos mercados.

Além do anúncio do maior corte de impostos desde 1972, o pacote prevê também subsídio das contas de energia para os próximos dois anos. O impacto esperado na inflação seria de 2%, o que levaria o pico da inflação de 13% para 11%.

Os estímulos devem adicionar pressões inflacionárias no médio e longo prazo, o que reforça a leitura de que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) deve subir ainda mais os juros para conter a pressão sobre os preços.

Hoje também houve a divulgação do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto do Reino Unido, que engloba os setores industrial e de serviços. A leitura caiu de 49,6 em agosto para 48,4 em setembro, abaixo das expectativas do mercado.

Vale lembrar que leituras inferiores a 50 indicam uma contração da atividade. O PMI industrial teve um leve avanço, mas permanece em nível contracionista, enquanto o PMI de serviços saiu do patamar expansionista neste mês. De maneira geral, os números indicam os ventos contrários que a primeira-ministra Liz Truss terá de enfrentar à frente.

PMI na zona do euro segue perdendo força

Na zona do euro, o PMI composto sugere que a economia continua perdendo força diante do aumento dos custos de energia. Houve uma queda, a terceira consecutiva, de 48,9 para 48,2 em setembro, mas em linha com as expectativas do mercado.

O PMI industrial desacelerou para 48,5, ligeiramente abaixo das projeções. Já o PMI de serviços, que ainda recebe algum apoio pela reabertura da economia, ficou em patamar levemente mais elevado, mas retraiu para 48,9, abaixo das expectativas.

Na análise por países, o destaque ficou com a França, cujo PMI composto acelerou para 51,2, em nível expansionista. Já na Alemanha, mais dependente da importação de energia, o indicador recuou (45,9).

Nos EUA, indicador acelera em agosto

O PMI composto dos EUA subiu de 44,6 para 49,3 em setembro e surpreendeu o mercado. Ambos os setores tiveram resultados acima das expectativas. O setor industrial acelerou para 51,8, em nível expansionista. Serviços, por sua vez, registraram uma forte alta, de 43,7 para 49,2.

Apesar da aceleração acima do esperado, o PMI ainda aponta para uma atividade mais fraca no país nos últimos meses. Além disso, mesmo que o setor de serviços tenha dado um salto, permanece em nível contracionista.

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