Relatório Focus: projeções do IPCA aumentam em todo o horizonte

No Radar do Mercado: nova edição do Focus apontou variações nas expectativas dos principais indicadores, registrando altas na inflação, PIB, câmbio e Selic

Por Itaú Private Bank

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O Banco Central divulgou hoje mais uma edição do Relatório Focus. Houve mudanças nas expectativas dos principais indicadores, registrando altas na inflação, PIB, câmbio e taxa Selic.

Na comparação com a semana anterior, as medianas das estimativas do IPCA avançaram para 2024 (de 4,30% para 4,35%) e para 2025 (de 3,92% para 3,95%). Para 2026, a projeção subiu apenas 1 ponto-base, para 3,61%. Vale lembrar que a meta do Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Com relação à atividade econômica, a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) aumentou para 2024 (de 2,68% para 2,96%). Para 2025 e 2026, as projeções seguiram inalteradas em 1,90% e 2,0%, respectivamente.

No âmbito da política monetária, a projeção para a taxa Selic seguiu estável para 2024 (em 11,25%). Para 2025, a projeção avançou de 10,25% para 10,50%. Já para 2026, a expectativa ficou inalterada em 9,50%.

Por fim, as estimativas para a taxa de câmbio avançaram para 2024, de R$/US$ 5,35 para R$/US$ 5,40 e para 2025, de R$/US$ 5,30 para R$/US$ 5,35. Para 2026, as projeções permaneceram estáveis em R$/US$ 5,30.

Dados de atividade na China vêm fracos em agosto

Segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês), a produção industrial chinesa desacelerou para 4,5% em agosto na comparação anual. O resultado veio ligeiramente abaixo das expectativas do mercado (4,7%) e foi puxado pelo setor de manufatura.

Os investimentos em ativos fixos registraram alta de 3,4% no acumulado do ano em relação a igual período de 2023, relativamente em linha com o projetado, mas abaixo do resultado anterior, mantendo a tendência de desaceleração em meio ao aperto fiscal no primeiro semestre de 2024.

Já as vendas no varejo desaceleraram para 2,1%, abaixo do consenso do mercado, impactadas negativamente pelos resultados de vestuários, carros e móveis. O setor imobiliário, por sua vez, continuou a registrar um desempenho fraco, com vendas, construção e preços ainda em patamar bastante negativo.

Nossa visão: os dados de agosto colocam um viés para baixo, em cerca de -0,2 ponto percentual, na nossa projeção de PIB de 4,8% em 2024. No entanto, o estímulo fiscal acelerou nos últimos meses, o que possivelmente estabilizará a atividade na margem.

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