Relatório Focus: projeções para IPCA e PIB de 2024 sobem ainda mais

No Radar do Mercado: nova edição do Focus revisou projeções para a inflação de 2024 e 2025, para o PIB deste ano e para o câmbio e a Selic do ano que vem; na China, coletiva do ministério das Finanças deu sinais mistos ao mercado

Por Itaú Private Bank

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O Banco Central divulgou hoje mais uma edição do Relatório Focus. As expectativas para o IPCA e para o PIB de 2024 voltaram a subir, assim como as projeções para o dólar e para a Selic ao final de 2025.

A mediana das estimativas do IPCA para 2024 subiu novamente, desta vez de 4,38% para 4,39%. No entanto, houve uma revisão para baixo da projeção para 2025, de 3,97% para 3,96%. Já para 2026, a expectativa para o IPCA foi mantida em 3,50%. As projeções do mercado seguem indicando que a inflação ficará acima da meta central do Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3,0%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, em todo o horizonte relevante.

Com relação à taxa Selic, o mercado manteve a expectativa de juros em 11,75% ao final do ano. No entanto, a previsão para 2025 foi elevada de 10,75% para 11,00%. Para 2026, foi mantida a expectativa de 9,50%.

O Relatório Focus também mostrou uma pequena revisão na projeção para o PIB de 2024, de 3,00% para 3,01%. Para 2025 e 2026, as estimativas foram mantidas em 1,93% e 2,00%, respectivamente.

Por fim, a projeção para a taxa de câmbio de 2024 se manteve em R$/US$ 5,40, mas a previsão para 2025 aumentou novamente, desta vez de R$/US$ 5,39 para R$/US$ 5,40. Já a estimativa para o dólar para 2026 foi mantida em R$/US$ 5,30.

China dá sinais mistos ao mercado

A coletiva de imprensa do Ministério das Finanças da China realizada na noite de sexta-feira no Brasil deu sinais mistos.

Por um lado, as autoridades reforçaram que há espaço para mais estímulos fiscais, afirmando que devem focar em ajudar as finanças dos governos locais, permitindo a emissão de títulos para apoiar o setor imobiliário, inclusive comprando estoques de imóveis. Também sinalizaram que algum estímulo ao consumo deve ser anunciado, além de recursos para recapitalização bancária.

Por outro lado, faltaram detalhes sobre quanto do estímulo fiscal será implementado. O único número divulgado foi de 2,3 trilhões de yuans, aproximadamente 2,0% do PIB, em cotas de títulos do governo local não utilizadas em anos anteriores.

Nossa visão: em resumo, foi dado um sinal claro de que o pedido do Politburo por mais medidas fiscais está em discussão, mas a falta de detalhes quanto aos estímulos frustrou novamente as expectativas do mercado. O próximo evento relevante que pode trazer detalhes é a reunião do Congresso Nacional do Povo, que deve acontecer no final de outubro.

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