Setor de serviços recua além do esperado no Brasil

No Radar do Mercado: o volume de serviços no Brasil caiu 3,1% em janeiro frente a dezembro; nos EUA, as vendas no varejo caíram mais do que o esperado, enquanto a produção industrial avançou

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images

O volume de serviços no Brasil caiu 3,1% em janeiro frente a dezembro, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, abaixo das expectativas do mercado (-1,4%). Na comparação anual, o setor avançou 6,1%, também abaixo do esperado (7,5%).

A retração no mês foi acompanhada por três das cinco atividades pesquisadas, com destaque para o setor de transportes, que eliminou o ganho observado nos dois últimos meses de 2022, e de outros serviços, que devolveu integralmente a expansão de dezembro.

No sentido oposto, o grupo de informação e comunicação recuperou parte da queda dos dois últimos meses de 2022, enquanto os serviços prestados às famílias assinalaram o segundo resultado positivo consecutivo.

A leitura de hoje apresentou um desempenho misto. A queda do indicador mensal foi uma surpresa negativa, mas esperamos que parte disso se deva a efeitos pontuais. Por outro lado, o aumento dos serviços prestados às famílias parece temporário, impulsionado pelas férias de verão.

Para os próximos meses, esperamos uma desaceleração mais gradual dos serviços em meio ao fim do efeito de reabertura da economia e aos impactos defasados da política monetária contracionista.

Produção industrial dos EUA avança 0,4% em março

A produção industrial dos Estados Unidos subiu 0,4% em março, acima da expectativa do mercado (0,2%) e do resultado de fevereiro, que foi revisado hoje, de 0% para 0,2%.

A utilização da capacidade da indústria também avançou de 79,6% (número que também foi revisado) para 79,8%, acima do esperado pelo mercado. A produção manufatureira, por sua vez, recuou 0,5%, resultado abaixo das expectativas e da leitura de fevereiro (0,6%).

Vendas no varejo dos EUA caem mais do que o esperado

As vendas no varejo dos EUA recuaram 1% em março, em uma queda mais profunda do que o esperado pelo mercado (-0,5%) e do que o registrado em fevereiro, cujo dado foi revisado de -0,4% para -0,2%.

Ao excluir automóveis e gás, as vendas também recuaram (-0,3%), mas menos do que o esperado (-0,6%). O grupo de controle, que tem maior relação com o Produto Interno Bruto (PIB), passou de 0,5% para -0,3% em março, mas a expectativa também era de uma queda ainda mais profunda (-0,5%).

Após os resultados expressivos no início do ano, a leitura de hoje sinaliza uma economia em desaceleração diante da alta inflação e do aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano), mas ainda mostrando alguma resiliência frente às expectativas.

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