Vendas no varejo e produção industrial ficam aquém das expectativas nos EUA
No Radar do Mercado: vendas no varejo dos EUA subiram 0,2%, enquanto a produção industrial recuou 0,5%; na China, o governo anunciou medidas para impulsionar o consumo doméstico
Por Itaú Private Bank
Vendas no varejo dos EUA sobem 0,2% em junho
As vendas no varejo dos Estados Unidos cresceram 0,2% em junho, desacelerando frente a maio (que foi revisado para cima hoje, para 0,5%), segundo o Departamento do Comércio americano. O resultado veio abaixo das expectativas (0,5%). Na comparação com junho do ano passado, o crescimento foi de 1,5%.
Excluindo-se automóveis e gasolina, as vendas subiram 0,3% no mês, em linha com o esperado e desacelerando na comparação com o mês anterior (também revisado para 0,5%). Já o grupo de controle, que tem maior relação com o componente de consumo do Produto Interno Bruto (PIB) americano, acelerou para 0,6%, acima do esperado pelo mercado.
Em suma, a leitura de hoje ainda aponta uma resiliência da atividade americana e deve seguir elevando as projeções do mercado para o PIB do segundo trimestre.
Produção industrial nos EUA cai 0,5% em junho
A produção industrial dos EUA recuou 0,5% em junho, conforme divulgado pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano). A queda foi mais profunda do que o esperado pelo mercado (0%), mantendo o ritmo do mês anterior.
Em relação a junho de 2022, a produção industrial também apresentou um recuo (0,4%), valor mais fraco que o identificado no mês anterior (0,03%). Além disso, a taxa de utilização da capacidade instalada diminuiu para 78,9% em junho.
Entre os principais grupos do indicador, o índice de bens de consumo duráveis recuou, impulsionado pelas reduções na produção de eletrodomésticos e móveis e de produtos automotivos. Já bens de consumo não duráveis caíram refletindo contrações na produção de vestuário, energia e alimentos e fumo.
De maneira geral, o indicador segue apresentando uma desaceleração da produção industrial no país, em linha com os resultados mais recentes dos Índices dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
China anuncia medidas para impulsionar o consumo doméstico
A China divulgou hoje um pacote de estímulos com o objetivo de impulsionar o consumo doméstico, com medidas amplas destinadas à aquisição de eletrodomésticos e móveis. O anúncio veio um dia após a divulgação dos dados do PIB do 2º trimestre, que frustraram a expectativa do mercado.
O plano prevê apoio às famílias para aquisição de novos eletrodomésticos inteligentes, subsídios e empréstimos com descontos para materiais de construção sustentáveis.
Embora busque estimular a demanda, o plano não aborda diretamente o setor imobiliário, que segue fragilizado e impactando negativamente o crescimento.