Vídeo: mercado internacionais e dólar
Confira os principais pontos abordados no bate-papo com Paul Marson e Gina Baccelli sobre o ciclo do dólar e os últimos acontecimentos nos mercados internacionais
Por Itaú Private Bank
5 minutos de leitura

Na quarta-feira, 23, realizamos uma live sobre os mercados internacionais e os movimentos do dólar americano, o combustível da economia global. Participaram do bate-papo Gina Baccelli, nossa economista-chefe, e Paul Marson, nosso Global Macro Strategist.
A seguir, leia alguns destaques da conversa:
Os ciclos do dólar americano
- A tendência do dólar acompanha de perto a Taxa de Poupança Líquida dos EUA. Isso acontece porque é a poupança que financia investimentos e crescimento;
- Quando os EUA têm alto nível de poupança líquida, há pouca necessidade de poupança externa. Portanto, não há necessidade de um dólar mais depreciado para que os estrangeiros comprem ativos americanos;
- Também é preciso considerar os ciclos curtos do dólar, que estão relacionados ao ciclo de economia dos EUA, particularmente de crescimento e inflação, que costumam “caminhar” juntos, em fases de crescimento ou desaceleração;
- O destaque é que a Taxa de Poupança Líquida está em queda, divergindo da curva atual do dólar, que está em alta. Com menos apoio estrutural, é mais provável que o rali atual do dólar esteja próximo de seu estágio final;
- O menor apoio estrutural da Taxa de Poupança Líquida e a expectativa de uma desaceleração do crescimento e da inflação nos EUA sugerem um dólar mais fraco ao longo dos próximos 12 – 18 meses.
As implicações do dólar
- Embora a valorização do dólar estimule as exportações, ameaça a capacidade dos bancos de conceder empréstimos na moeda americana;
- Os bancos japoneses são líderes globais em empréstimos internacionais. Portanto, é importante acompanhá-los para entender como está o fluxo de crédito global;
- Quando as commodities estão acima da tendência e o dólar americano tende para baixo, as ações e o crédito de mercados emergentes costumam ter boa performance.
- Um dólar fraco também costuma ser bom para os retornos de ações de mercados emergentes e europeias.
O crescimento econômico chinês
- Durante os últimos 30 anos, a economia chinesa cresceu a uma taxa real anualizada muito superior à dos EUA, mas o país entregou retorno nominal anualizado negativo;
- Agora, a expectativa de crescimento econômico da China para o futuro é mais moderada, e a população chinesa deve passar por um processo de redução considerável até o final desse século;
- Com o envelhecimento e diminuição da população, além de uma retração em poupança e investimentos, o crescimento econômico chinês deve ser baixo no futuro;
- Paradoxalmente, tanto o crescimento econômico quanto o populacional estão negativamente correlacionados com os retornos nos mercados de ações;
- Há uma correlação entre a inflação e sua própria volatilidade, ou seja, uma inflação mais alta leva a uma maior volatilidade inflacionária, o que dificulta uma alocação de capital eficiente e a precificação dos ativos;
- Mesmo com perspectivas de crescimento econômico global reduzido, uma inflação e volatilidade inflacionária menores podem ser positivas para investidores.
A situação atual do Reino Unido
- O Reino Unido tem um problema fiscal causado pelas medidas para suportar a economia durante as fases mais graves da pandemia e de altos preços de energia. A então primeira-ministra Liz Truss decidiu afrouxar a política fiscal enquanto o banco central aperta sua política monetária, gerando uma situação insustentável;
- Agora, as coisas estão mais estáveis. Há uma grande política fiscal de aperto em andamento, os gastos estão sendo cortados, os impostos estão sendo aumentados;
- Um dos problemas fundamentais e ideológicos do Reino Unido é querer ter uma política fiscal parecida com a dos EUA, de impostos baixos, ao mesmo tempo em que deseja ter um sistema social de estilo europeu;
- Outra questão é que, ao mesmo tempo em que tenta diminuir a imigração, a população envelhece, diminuindo a produtividade.
Guerra na Ucrânia
- Uma das principais questões atuais é por quanto tempo essa guerra pode ser financiada. Paul acredita que os EUA e os países europeus irão continuar financiando o conflito;
- Esse poder de financiamento também é uma lição para China, que ao observar a possível vitória da Ucrânia pode desistir de brigar com Taiwan;
- Outra questão será a reconstrução da Ucrânia após a guerra. A Comissão Europeia afirmou que fornecerá grandes quantias para isso, o que pode prejudicar o crescimento econômico da Europa nos próximos anos.
Para assistir ao vídeo completo (em inglês), solicite o link da transmissão para a sua equipe de atendimento.