Zona do Euro: BCE reduz taxa de juros em 0,25 ponto percentual

No Radar do Mercado: Banco Central Europeu reduziu as taxas de juros conforme esperado pelo mercado. Na China, novo anúncio de apoio ao setor imobiliário voltou a frustrar o mercado

Por Itaú Private Bank

5 minutos de leitura

O Banco Central Europeu (BCE) reduziu as principais taxas de juros da Zona do Euro em 0,25 ponto percentual nesta quinta-feira (17), em linha com o esperado pelo mercado. Com isso, a taxa de depósitos passou a ser de 3,25%, a de refinanciamento passou a ser de 3,40%, e a de empréstimos, 3,65%.

A decisão foi tomada a partir da avaliação da dinâmica de inflação e da força da transmissão da política monetária. A autoridade avaliou que os dados recentes de preços têm mostrado um processo desinflacionário bem encaminhado, com a fraqueza adicional da atividade contribuindo para uma perspectiva de inflação mais baixa adiante. Os próximos meses devem mostrar uma aceleração da inflação, influenciada por preços de energia, mas deve convergir à meta de inflação (de 2%) ao longo do próximo ano.

Quanto aos próximos passos, o BCE não se comprometeu com um ritmo de cortes à frente, afirmando que as próximas decisões seguirão dependentes dos dados. Nesse sentido, tanto a revisão para baixo no índice de inflação ao consumidor em setembro (de 1,8% para 1,7%) quanto a desaceleração do indicador de salários Indeed (de 4,1% em agosto para 3,1% em setembro) divulgados hoje reforçam a continuidade do ciclo de cortes de juros adiante.

Na coletiva de imprensa, Christine Lagarde, presidente da autoridade monetária, reconheceu a desaceleração da atividade e dados mais benignos de inflação, mas reforçou a comunicação dependente da evolução dos dados, sem se comprometer com uma trajetória de juros à frente.

Anúncios na China frustram expectativas

O Ministério da Habitação e Desenvolvimento Urbano-Rural da China detalhou nesta quinta-feira (17) mais medidas de apoio ao setor imobiliário chinês. No entanto, o anúncio frustrou o mercado.

Entre as medidas anunciadas estão o aumento dos empréstimos bancários para projetos imobiliários inacabados para 4 trilhões de yuans, além de ajuda para reformar imóveis e da confirmação da utilização de títulos especiais para governos locais adquirirem terras ociosas de incorporadoras.

A principal frustração, no entanto, ficou por conta da falta de detalhes sobre o plano de compras de estoques habitacionais, medida importante para estabilizar os preços dos imóveis em queda na China. Em nossos cálculos, serão necessários mais quatro anos para que a relação estoque/vendas retorne aos níveis pré-Covid.

Agora, as expectativas se concentram na reunião do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional da China, a ser realizada no final de outubro, mas ainda sem data definida, onde um possível novo estímulo fiscal pode ser anunciado.

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