Análise Mensal de abril, com Humberto Vignatti e Rodrigo Lopes
Nossos estrategistas avaliam o desempenho positivo da renda fixa no Brasil e os impactos das tarifas dos EUA no mercado financeiro
Por Itaú Private Bank
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Em abril, destaque para o desempenho positivo da renda fixa no Brasil apesar da volatilidade gerada por tarifas recíprocas dos Estados Unidos. O áudio também aborda a percepção de um crescimento global mais impactado do que o esperado, que pode abrir espaço para taxas de juros mais baixas no futuro. A análise é feita pelos estrategistas Humberto Vignatti, de renda fixa, e Rodrigo Lopes, de renda variável.
Confira alguns destaques:
Renda Fixa
- Renda Fixa em alta: abril foi um mês positivo para a renda fixa no Brasil, com destaque para a classe pré-fixada, que apresentou quedas significativas nas taxas de juros, refletindo um cenário econômico mais favorável.
- Impacto das tarifas: o anúncio de tarifas recíprocas pelos Estados Unidos gerou volatilidade, mas também a percepção de que o crescimento global poderia ser mais impactado, abrindo espaço para possíveis reduções nas taxas de juros.
- Fortalecimento do Real: a valorização do real frente ao dólar contribuiu para reduzir os temores inflacionários, favorecendo o desempenho da renda fixa e destacando a atratividade dos investimentos nessa classe.
- Desempenho das NTNBs: as NTNBs também apresentaram bom desempenho, com papéis de vencimento mais curto registrando redução de taxas de até 50 pontos base, enquanto os de vencimento mais longo cederam cerca de 10 pontos base.
- Expectativas para a Selic: o mercado futuro de taxa de juros passou a acreditar em uma pausa antecipada no ciclo de alta da Selic, com o pico da taxa agora estimado em torno de 14,85% ao ano, próximo ao nosso cenário base.
- Recomendações de investimento: em abril, nosso Comitê de Investimentos elevou a recomendação para a classe pré-fixada para neutro, destacando a importância da proteção inflacionária oferecida pelos juros reais, que continuam sendo a classe favorita devido ao patamar historicamente elevado das taxas.
- Perspectivas futuras: o cenário internacional, especialmente a relação comercial entre EUA e China, deve continuar a influenciar os mercados em maio. Será importante observar o comportamento da atividade econômica e da inflação nas principais economias, além do desempenho da economia brasileira.
Renda Variável
- Desempenho do Ibovespa: em abril, o Ibovespa registrou uma alta de 3,7%, acumulando um ganho de 12% no ano. Em termos de dólar, a bolsa brasileira subiu 22% em 2025, destacando-se em relação a outros mercados.
- Comparação internacional: apesar do desempenho positivo em 2025, a bolsa brasileira teve a quinta pior performance entre as bolsas de mercados emergentes nos últimos 12 meses, superando apenas alguns pares.
- Impacto das tarifas dos EUA: o mês foi marcado por alta volatilidade devido ao anúncio de novas tarifas pelos EUA em 2 de abril. A decisão de limitar tarifas a 10% por 90 dias, exceto para a China, ajudou a estabilizar os mercados, mas a incerteza sobre futuras tarifas manteve a volatilidade.
- Múltiplos do Ibovespa: o Ibovespa continua a negociar em níveis muito abaixo de sua média histórica e de seus pares emergentes. Isso ocorre enquanto gestores locais mantêm baixa alocação na classe, refletindo cautela no mercado.
- Riscos econômicos: há preocupações sobre uma possível recessão nos EUA e uma desaceleração econômica na China, que poderiam impactar negativamente países exportadores de commodities, como o Brasil.
- Recomendação de alocação: diante dos riscos e do cenário atual, a recomendação é manter a alocação na bolsa brasileira em nível neutro, equilibrando as oportunidades de valorização com os riscos econômicos globais.