Ataque iraniano a Israel aumenta tensão no Oriente Médio

No Radar do Mercado: escalada do conflito entre Israel e Irã afeta preço do petróleo; Moody’s eleva nota de crédito do Brasil e produção industrial de agosto vem em linha com o esperado

Por Itaú Private Bank

5 minutos de leitura

O Irã disparou cerca 200 mísseis balísticos em direção ao território israelense nesta terça-feira, 1º. A investida teria sido uma retaliação a Israel, em razão das recentes mortes de chefes do Hezbollah – grupo que, embora atue no Líbano, é financiado pelo regime iraniano. O governo israelense informou que os mísseis foram interceptados, que duas pessoas ficaram feridas sem gravidade e que não houve registro de prédios ou residências atingidos.

Apesar do impacto limitado, autoridades iranianas afirmaram que a ação militar contra Israel está concluída, salvo em caso de retaliação. Já as autoridades israelenses afirmaram que o Irã cometeu um “grande erro”, e prometeram uma resposta “surpresa” e “precisa”. Em resposta, o Irã afirmou que qualquer contra-ataque de Israel resultaria em uma ação “subsequente e esmagadora”. Os eventos marcam uma elevação adicional das tensões no Oriente Médio. Ainda que o desfecho seja incerto, consultores vêm gradualmente aumentando a probabilidade de uma escalada regional.

Do ponto de vista econômico, o risco direto para o cenário global passa pelo efeito sobre o valor do petróleo, já que o Irã é responsável por cerca de 4% da produção global da commodity. No momento da escrita, o barril do petróleo é negociado a US$ 75, um avanço de 5% em relação à semana passada, mas ainda permanece abaixo do patamar visto no primeiro semestre do ano, quando oscilou entre US$ 80 e US$ 90.

Moody’s eleva nota de crédito do Brasil

A agência de classificação de risco Moody’s elevou a nota de crédito soberano do Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva. Em maio deste ano, a Moody’s já tinha revisado a perspectiva do país de estável para positiva. Com isso, na avaliação da agência, o Brasil agora está a um passo do chamado grau de investimento, um selo de bom pagador concedido pelas agências, que indica aos investidores um menor risco de calotes.

Na declaração anunciando a revisão, a Moody’s atribui a elevação da nota brasileira à melhora significativa no crédito do país, incluindo um crescimento mais robusto do PIB e um histórico crescente de reformas econômicas e fiscais. Em contrapartida, a agência também afirmou que a revisão da nota ocorre apesar de a situação fiscal ainda ter “credibilidade moderada”, como indicado pelo “custo relativamente elevado da dívida”.

No entanto, para a Fitch e S&P, outras duas agências de classificação de risco de crédito, o Brasil ainda permanece dois níveis abaixo do grau de investimento.

Produção industrial avança 0,1% em agosto

Segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de agosto, divulgada hoje pelo IBGE, a produção nacional avançou 0,1% no mês, em linha com a nossa projeção e o consenso do mercado (ambos de 0,1%). Frente a agosto de 2023, a indústria avançou 2,2%.

Entre as quatro grandes categorias econômicas, duas registraram recuo no mês, com destaque para bens de capital, que assinalaram a maior taxa negativa, além de bens de consumo duráveis. Por outro lado, os segmentos de bens de consumo semi e não duráveis e os bens intermediários avançaram em relação ao mês anterior.

Nossa visão: a leitura de agosto veio em linha com a nossa expectativa e mostrou a indústria praticamente estável na margem, com destaque para algum recuo da indústria de transformação, que tem peso maior para o PIB. O dado também vai em linha com alguma desaceleração da atividade econômica ao longo do 2º semestre do ano.

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