Revisão de cenário macro: Brasil e Global

No Radar do Mercado: alteramos nossa projeção para o IPCA; no cenário global, a inflação persistente força bancos centrais a prolongarem o ciclo de alta dos juros

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images

A política econômica do próximo governo, independentemente do resultado das eleições, está no centro das atenções. Além disso, o cenário externo impõe um desafio adicional. Mantivemos nossas projeções de taxa de câmbio para 2022 e 2023, além de uma alta de 2,5% no PIB de 2022. A desaceleração da economia deve continuar em 2023 (projetamos expansão modesta de 0,5%).

Reduzimos a projeção para o IPCA de 2022 para 5,5%, e de 2023 para 5,0%, incorporando o menor impacto inercial sobre preços administrados e maior desinflação de bens. Acreditamos que o Copom tenha encerrado o ciclo de aperto monetário, e esperamos cortes apenas no segundo semestre de 2023, levando a Selic para 11,00% no final do ano.Clique aquipara ler o relatório completo.

Revisão de cenário – Global: juros dos EUA em 5%

O cenário é de uma (quase) recessão global em meio a juros elevados, crise do gás na União Europeia e lenta recuperação na China. Nos EUA, os juros devem chegar a 4,75%-5,0%. Reduzimos a estimativa de crescimento do PIB americano de 2023 para 0,0%. Na Europa, os juros devem chegar a 3,0%, e a recessão será mais profunda em 2023 (com queda do PIB de 1,0%). Reduzimos o PIB da China para 2,8% em 2022 e 4,5% em 2023, diante de uma recuperação mais moderada.

O dólar deve seguir forte, em um ciclo de mais de 10 anos que levará a moeda americana a seu maior patamar desde a década de 1980. Na América Latina, o cenário externo adverso deve impactar crescimento econômico em 2023. Clique aquipara ler o relatório completo.

BCE divulga ata de sua última reunião

O Banco Central Europeu (BCE) divulgou a ata de suaúltima reunião, quando as autoridades elevaram as três principais taxas de juros em 75 pontos-base, acelerando o ritmo na comparação com o aumento de 50 pontos-base promovido em julho.

O documento aponta que a decisão foi unânime, apesar de alguns membros terem mostrado preferência por um alta de 50 pontos-base. A aceleração foi considerada uma resposta proporcional à deterioração das perspectivas para a inflação e uma sinalização importante de que o BCE está determinado em trazer a inflação de volta para a meta de 2%.

Para as próximas reuniões, as autoridades esperam aumentar ainda mais as taxas de juros como parte do processo de normalização monetária. Com relação à magnitude, a ata reforça que a decisão segue dependendo da divulgação dos dados econômicos, sem seguir uma trajetória pré-estabelecida e mantendo uma abordagem reunião a reunião. A expectativa do mercado, no entanto, é de mais uma alta de 75 pontos-base.

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