Fed mantém juros; projeções indicam menos cortes este ano

O Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (FOMC, na sigla em inglês) manteve a taxa de juros americana no intervalo de 5,25% a 5,50% pela sétima reunião consecutiva. A decisão veio em linha com as expectativas do mercado.

O documento da decisão manteve a indicação de que a atividade econômica segue expandindo em ritmo sólido. O mercado de trabalho continua forte, enquanto a taxa de desemprego segue baixa. A inflação diminuiu ao longo do ano passado, mas ainda em nível elevado. Nos últimos meses, os progressos foram modestos em direção à meta.

A autoridade reforçou que não espera que seja apropriado reduzir os juros até ter mais confiança de que a inflação evolui de forma sustentável aos 2%. Por fim, reforçou a visão dependente da evolução dos dados e do balanço de riscos. O Federal Reserve afirma estar preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado.

A reunião marcou também a atualização das projeções do comitê para as principais variáveis econômicas. As autoridades revisaram novamente para cima as expectativas para a taxa de juros para 2024 e 2025, indicando apenas um corte para este ano (comparado a três cortes na projeção de março). A expectativa para 2025 também foi revisada ligeiramente para cima, enquanto 2026 permaneceu estável, indicando uma trajetória mais gradual, mas com destino semelhante. Por fim, vale destacar a revisão para cima na taxa de longo prazo, potencialmente indicando a expectativa de um juro neutro mais alto.

Quanto à inflação, houve revisão para cima da projeção da medida de núcleo (que desconsidera itens mais voláteis, como alimentos e energia) para 2024 e 2025. A expectativa é de que tanto o núcleo quanto o indicador “cheio” voltem para o nível de 2% em 2026. Por fim, as autoridades revisaram levemente para cima a taxa de desemprego do país para 2025 e 2026, refletindo a resiliência do mercado de trabalho.

Na conferência após a reunião, Jerome Powell, presidente do Fed, destacou que a leitura de inflação divulgada hoje é positiva, após uma pausa nesse progresso nos últimos meses. Porém, ainda é preciso mais dados para ter a convicção de que essa tendência mais benigna de desinflação continua, o que daria ao comitê a confiança necessária para iniciar o corte nos juros.

Powell ressaltou que as projeções do comitê não são um compromisso com a trajetória de juros adiante, e que podem sofrer ajustes conforme necessário. Afirmou que a política monetária está restritiva, que a possibilidade de novas altas não foi eliminada, mas que atualmente não representa o cenário base de nenhum membro do comitê. Por fim, reforçou que as decisões futuras são dependentes dos dados.

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