Focus traz revisões no IPCA, PIB e câmbio; PMIs da China indicam resiliência
No Radar do Mercado: Banco Central divulgou nova edição do Relatório Focus com revisões em três dos quatro principais indicadores econômicos pesquisados; na China, PMIs indicam resiliência da atividade em junho
Por Itaú Private Bank

O Banco Central divulgou nesta segunda feira, 30, mais uma edição do Relatório Focus com mudanças nas projeções para o PIB, queda na expectativa da inflação em 2025 e recuos para o câmbio deste e do próximo ano.
A mediana das projeções para o IPCA de 2025 recuou de 5,24% para 5,20%, ainda bem acima do teto do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual ao redor da meta de 3,0% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2026, a estimativa se manteve em 4,50%, no limite do teto, e para 2027, 4,00%, dentro da banda superior da meta. Já as expectativas para a inflação de 12 meses à frente oscilaram de 4,69% para 4,68%.
Sobre o PIB, o relatório do Banco Central apresentou um aumento da expectativa para 2026, com a mediana das projeções subindo de 1,85% para 1,87%, enquanto as projeções para 2025 e 2027 se mantiveram em 2,21% e 2,00%, respectivamente.
Em relação ao câmbio, as estimativas para 2025 e 2026 registraram queda. Para este ano, a mediana saiu de R$/US$ 5,72 para R$/US$ 5,70 e, para o ano que vem, de R$/US$5,80 para R$/US$5,79. Já para 2027, foi mantida em R$/US$5,75.
Por fim, as expectativas para a taxa Selic em 2025 ficaram estáveis, com manutenção da taxa em 15,00% a.a. até o final deste ano, mas com recuo para 12,50% a.a. em 2026 e para 10,50% a.a. em 2027.
PMIs de junho indicam resiliência da atividade da China
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria da China subiu de 49,5 em maio para 49,7 em junho. O resultado veio levemente acima da expectativa do mercado (49,6) e mostrou resiliência do setor, ainda que o índice tenha vindo abaixo dos 50 pontos, o que indica retração da atividade.
Analisando a composição, o componente mais relacionado à demanda doméstica, liderou a melhora, com novos pedidos subindo de 50,8 para 51,3, enquanto os pedidos de exportação subiram 0,2 ponto, para 47,7, ainda em território contracionista, mas sugerindo uma moderação no segmento.
O Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) da China também divulgou que o PMI ex-indústria, que coleta dados dos setores de serviços e construção, do país subiu de 50,3 para 50,5 na passagem mensal. O resultado foi impulsionado sobretudo pela construção – influenciado pela parte de infraestrutura, beneficiada pelo apoio do governo – que saiu de 51,0 em maio para 52,8 em junho.
Nossa visão: no geral, os PMIs de junho da China indicam que a atividade do país permanece resiliente até o momento, mesmo em meio às tarifas comerciais mais altas por parte dos EUA, o que reduz a necessidade de novos estímulos por parte do governo chinês no curto prazo.
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