Governo chinês anuncia estímulo ao setor imobiliário

As autoridades chinesas anunciaram um programa nacional para liberar 300 bilhões de yuans em fundos de empréstimo para 21 bancos, a uma taxa de 1,75%. Segundo o banco central chinês, isso se traduziria em um crédito estimado de 500 bilhões de yuans (0,4% do PIB) para compras de moradias com o objetivo de redução de estoques. Além disso, houve anúncio de remoção dos pisos das taxas de hipoteca e redução das taxas mínimas de entrada para compra de imóveis.

Nossa visão: vemos as medidas como importantes para ajudar a estabilizar o setor, mas acreditamos que elas não são suficientes para limpar os estoques de imóveis ainda não vendidos. Adiante, vamos monitorar os impactos nos preços das moradias.

O Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) divulgou os dados de atividade da China referentes ao mês de abril. Em geral, os dados vieram mistos. A produção industrial chinesa acelerou em abril, para 6,7% na comparação anual, acima das expectativas (5,5%) e do resultado anterior (4,5%), movimento puxado especialmente por manufatura.

Os investimentos em ativos fixos, por sua vez, desaceleraram para 3,6% na comparação anual, com contribuição relevante de manufatura, enquanto o crescimento em infraestrutura desacelerou. Por outro lado, a demanda doméstica e o setor imobiliário permaneceram fracos. As vendas no varejo desaceleraram para 2,3%, e os preços dos imóveis, vendas e construção seguem com variação anual negativa.

Nossa visão: o quadro ainda é compatível com um crescimento do PIB dentro da meta do governo, ao redor de 5% ao ano, dado que a manufatura e a infraestrutura mais fortes devem compensar a fraqueza do setor imobiliário e da demanda doméstica.

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