Inflação no horizonte relevante: simulando o modelo do Banco Central

No Radar do Mercado: elaboramos um material em que apresentamos as principais atualizações do modelo do BC apresentadas no último relatório de inflação, bem como simulações de cenários alternativos

Por Itaú Private Bank

3 minutos de leitura

No relatório trimestral de inflação de junho, o Banco Central (BC) atualizou seu modelo de pequeno porte usado para preparar as projeções de inflação que embasam o processo decisório do Copom. Pensando nisso, elaboramos um material em que apresentamos as principais atualizações e simulamos os cenários alternativos.

Em geral, a regra de bolso do regime de metas segue em vigor. Segundo ela, para cada 0,30 p.p. de desvio da projeção de inflação no horizonte de 6 trimestres à frente em relação à meta é necessário um ajuste de aproximadamente 1,00 p.p. da taxa Selic. Porém, em momentos de incerteza, a Selic mais alta pode ser insuficiente para alterar expectativas de inflação e/ou a taxa de câmbio, de modo que a inflação fique mais elevada e distante da meta.

Dado o movimento recente de depreciação da moeda, mesmo com a sinalização do BC de juros parados, simulamos o impacto da manutenção da Selic em 10,50% para diferentes níveis de câmbio. Em particular, caso o câmbio se estabilize próximo das máximas recentes (5,70), a inflação no horizonte relevante ficaria entre 3,3% e 3,5%, a depender da resposta das expectativas e do câmbio ao choque de juros.

Confira o relatório na íntegra.

Dados de atividade surpreendem negativamente na Zona do Euro

Os índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da Zona do Euro recuaram novamente em julho, reforçando os riscos de uma atividade econômica mais fraca. O setor de serviços caiu para 51,9, abaixo das expectativas e do resultado anterior, mas ainda em patamar que indica expansão da atividade (acima de 50). Já o PMI de manufatura segue em nível contracionista, em 45,6, também abaixo das projeções. Ao analisar a composição dos indicadores, produção, emprego e preços de produção também moderaram.

Na análise por país, apesar do PMI composto da França ter acelerado, provavelmente devido ao impacto das Olimpíadas no setor de serviços, não foi possível compensar a queda do indicador na Alemanha, que continua registrando nível bem deprimido na manufatura.

Nossa visão: a leitura indica uma atividade mais fraca no terceiro trimestre, reforçando a avaliação do Banco Central Europeu (BCE) na reunião da semana passada, em que destacou os riscos de baixa da atividade. O quadro de atividade fragilizada e inflação controlada indica a possibilidade para a continuidade do ciclo de queda de juros adiante. Esperamos cortes nas reuniões de setembro e dezembro e quatro quedas em 2025.

Atividade resiliente no Reino Unido

No Reino Unido, o PMI composto avançou em julho, para 52,7 pontos, relativamente em linha com o esperado e em patamar expansionista. O movimento foi puxado tanto pelo setor de serviços (para 52,4) quanto pela manufatura (para 51,8 pontos).

A pesquisa também apontou que, em julho, o preço médio cobrado às empresas do setor privado avançou em ritmo mais lento do que o registrado nos últimos três anos e meio, embora ainda acentuado devido aos custos elevados.

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