Inflação avança nos EUA e na Zona do Euro

No Radar do Mercado: a inflação avançou nos EUA e na Zona do Euro, com a divulgação do PCE e CPI, respectivamente; na China, os PMIs recuaram em maio

Por Itaú Private Bank

2 minutos de leitura

Inflação medida pelo núcleo do PCE sobe 0,2% em abril

O núcleo do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) dos EUA, que exclui os componentes mais voláteis, como energia e alimentos, avançou 0,2% em abril, na comparação mensal, ligeiramente abaixo do esperado pelo mercado (0,3%). Na base anual, a alta foi de 2,8%, em linha com as expectativas.

O indicador “cheio” do PCE avançou 0,3% na comparação mensal, conforme o esperado, seguindo em 2,7% na base anual. Enquanto o gasto nominal dos consumidores registrou alta, o gasto real (ajustado pela inflação) recuou ligeiramente, abaixo da expectativa do mercado, que previa um incremento de 0,1%.

Em leitura divulgada ontem, o PIB do primeiro trimestre foi revisado para baixo, para 1,3% (de 1,6%) na segunda estimativa, devido ao consumo mais fraco. De toda forma, a leitura continua apontando para um sólido crescimento do consumo das famílias.

Nossa visão: a leitura do PCE de abril veio relativamente em linha com o esperado e mostra que o processo de desinflação tem sido bastante gradual, reforçando nosso cenário de corte de juros pelo Fed apenas no final do ano.

Inflação avança 2,6% na Zona do Euro

Hoje também houve a divulgação do índice de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Zona do Euro teve alta de 2,6% em maio, na comparação anual. O indicador veio acima das expectativas.

O núcleo, que exclui os componentes mais voláteis, avançou para 2,9%, acima da projeção do mercado, que esperava manutenção do ritmo da leitura de abril (2,7%). O destaque ficou com o componente de serviços, que acelerou no mês, enquanto a parte de bens continuou desacelerando.

Nossa visão: a leitura de maio mostrou dinâmica inflacionária ainda pressionada no curto prazo, indicando que o processo de convergência da inflação à meta parece estar estagnando. Apesar disso, o estágio mais avançado de desinflação possibilita o início do ciclo de cortes em junho.

PMIs da China recuam

Os índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da China recuaram na leitura de maio. Segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês), a manufatura chinesa recuou, de 50,4 para 49,5 pontos. A leitura abaixo de 50 indica que a atividade retornou para patamar contracionista.

Ao analisar os componentes do índice de manufatura, a desaceleração foi ampla, com produção e novas encomendas recuando significativamente. O destaque negativo ficou por conta da demanda externa, que recuou mais do que a demanda doméstica, o que pode ser uma sinalização ruim para as exportações à frente.

O PMI não-manufatureiro, por sua vez, recuou ligeiramente para 51,1, com o setor de construção recuando 1,9 pontos-base. Por outro lado, o segmento de serviços avançou levemente e permanece em patamar expansionista.

Nossa visão: a leitura fraca do PMI de manufatura e do componente de demanda externa podem ser os primeiros sinais de que o impulso à indústria e às exportações pode estar perdendo força.

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