Inflação surpreende nos EUA e permanece baixa na China

No Radar do Mercado: inflação CPI surpreende nos EUA, enquanto na China a inflação continua baixa. No Brasil, o desempenho dos serviços superou as expectativas do mercado

Por Itaú Private Bank

2 minutos de leitura

Núcleo da inflação surpreende para baixo nos EUA

O índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos ficou estável, variando 0,01% em maio, abaixo do projetado pelo mercado (0,1%), após alta de 0,31% em abril. Em 12 meses, a inflação desacelerou de 3,4% para 3,3%.

O núcleo do indicador, que desconsidera as contribuições mais voláteis como de alimentos e energia, ficou em 0,16%, abaixo do registrado da leitura anterior em abril (0,29%) e do esperado pelo mercado (0,3%). Na comparação interanual, o núcleo também desacelerou de 3,6% para 3,4%.

A composição mostra os preços de serviços ainda como o fator mais persistente da inflação, mas desacelerando gradualmente, enquanto o núcleo de bens registrou estabilidade no mês. Já o supercore (núcleo de serviços que exclui também a maior parte do componente de habitação), medida já citada pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano), desacelerou no mês.

Nossa visão: o número de hoje indica uma leitura mais benigna da inflação, se comparado com as leituras anteriores. Ainda assim, a divulgação não deve ser suficiente para oferecer ao Fed a confiança necessária para início do ciclo de corte de juros, seguindo com uma abordagem dependente da evolução dos dados.

Agora, as atenções se voltam para a divulgação da decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve. Não perca a nossa análise da decisão, que será divulgada no final da tarde.

Inflação continua baixa na China

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da China registrou uma alta de 0,3% em maio, na comparação anual, relativamente em linha com as expectativas do mercado. Já o núcleo do CPI (que exclui os itens mais voláteis, como alimentação e energia) avançou 0,7% na mesma comparação.

Já o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) seguiu mostrando deflação (de -1,4% em termos anuais). De maneira geral, a leitura veio em linha com as expectativas, registrando uma queda menos acentuada do que o registrado no mês anterior (de -2,5%).

Serviços subiram 0,5% em abril

O volume de serviços do Brasil apresentou um crescimento mensal de 0,5% em abril, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada hoje pelo IBGE. A leitura veio um pouco acima da nossa projeção (0,4%) e superou a expectativa do mercado (0,2%). Na comparação anual, a alta do setor foi de 5,6%.

Em abril, três das cinco atividades pesquisadas avançaram, com destaque positivo para o setor de 'Transportes' e de 'Outros serviços', com ambos crescendo pelo segundo mês consecutivo. Em sentido oposto, os 'Serviços prestados às famílias' e os 'Serviços profissionais, administrativos e complementares' assinalaram as maiores contrações do mês, após avançarem em março.

Nossa visão: apesar da variação mensal positiva dos serviços, vale destacar a queda dos serviços profissionais e dos serviços prestados às famílias, que têm maior peso no PIB e, portanto, indica alguma moderação da atividade econômica no 2º trimestre.

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