IPCA-15 acelera em outubro e traz composição ruim

No Radar do Mercado: o IPCA-15 de outubro veio acima da expectativa do mercado e a taxa em 12 meses volta a ficar muito próxima do teto do intervalo de tolerância da meta de inflação. Na Europa, PMI indica crescimento fraco, mas não recessão

Por Itaú Private Bank

5 minutos de leitura

Nesta quinta-feira, o IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de outubro, que registrou alta de 0,54%, acima da expectativa do mercado (0,50%) e ligeiramente abaixo da nossa projeção (0,56%). O índice acelerou em relação aos 0,13% registrados em setembro.

Em 12 meses, o indicador acumula alta 4,47%, ante 4,12% observados nos 12 meses encerrados em setembro, voltando a ficar muito próximo do teto da meta de 3,0% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Na abertura do dado de hoje, a surpresa baixista frente a nossa projeção foi o item de passagem aérea. Itens como serviços veiculares e o combo de telefonia, internet e TV, por outro lado, surpreenderam para cima. Em relação às medidas de núcleo, que possuem maior relação com o ciclo econômico, tanto serviços subjacentes quanto industriais subjacentes vieram acima do esperado.

Nossa visão: o IPCA-15 de outubro, ao contrário das últimas leituras, trouxe um qualitativo pior na margem, com destaque para a aceleração em serviços subjacentes. Já esperávamos tal movimento refletindo o mercado de trabalho apertado. Enquanto isso, os industriais subjacentes também seguiram acelerando, em linha com o esperado, em função da taxa de câmbio mais depreciada.

PMI avança na Zona do Euro

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da Zona do Euro avançou de 49,6 em setembro para 49,7 em outubro, ficando abaixo do limiar de 50 pontos que indica que a atividade está em patamar contracionista. O indicador veio em linha com as expectativas do mercado.

O resultado foi puxado por uma melhora no setor manufatureiro, de 45,0 para 45,9, mas ainda segue em patamar contracionista. Já o setor de serviços recuou de 51,4 para 51,2 no mês. Na divisão por país, o índice mostrou um recuo na França, mas uma melhora na Alemanha, embora o indicador ainda siga abaixo dos 50 pontos nas duas maiores economias do bloco.

Olhando para a composição, o componente de emprego segue sendo um ponto de atenção, com mais uma leitura em território contracionista, enquanto os componentes relacionados a preços indicam continuidade da desinflação de bens.

Nossa visão: de maneira geral, o PMI segue indicando um cenário de crescimento fraco, mas não uma perspectiva de recessão, condizente com a continuidade do ciclo de cortes moderado nas taxas de juros da Zona do Euro nas próximas reuniões do Banco Central Europeu (BCE).

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