IPCA-15 sobe 0,30% em julho, com composição pior

No Radar do Mercado: inflação medida pelo IPCA-15 avançou acima do esperado pelo mercado; nos EUA, o PIB do segundo trimestre surpreendeu positivamente

Por Itaú Private Bank

3 minutos de leitura

O IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de julho, que registrou alta de 0,30%, abaixo da taxa de junho (0,39%), mas acima da nossa projeção e da mediana das expectativas do mercado (ambas em 0,22%). Em 12 meses, o indicador acumulou alta de 4,45%, acima dos 4,06% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram resultados positivos em julho. A maior variação e o maior impacto positivo vieram de Transportes, com surpresa de alta em passagem aérea, seguido por Habitação. Já o grupo de Alimentação e bebidas teve recuo de 0,44%, após oito meses consecutivos de alta.

As medidas de núcleo, que possuem maior relação com o ciclo econômico, aceleraram, com destaque para serviços subjacentes, que vieram acima das expectativas, enquanto industriais subjacentes vieram em linha com o esperado.

Nossa visão: a leitura de julho veio com abertura pior do que o antecipado, especialmente em função da aceleração dos serviços subjacentes. À frente, esperamos que o componente de serviços siga pressionado, diante do mercado de trabalho apertado. Também esperamos aceleração dos bens industriais, refletindo o câmbio mais depreciado.

PIB dos EUA avança mais do que o esperado no 2T24

O Escritório de Análise Econômica (BEA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos divulgou a primeira estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2024. No período, o indicador avançou 2,8% na comparação trimestral anualizada, acelerando em relação ao resultado do trimestre anterior, que registrou alta de 1,4%. A leitura veio acima do esperado pelo mercado, que projetava uma alta menos intensa (de 2,0%).

A alta foi puxada principalmente pela aceleração do consumo, com contribuições positivas de investimentos em ativos fixos e estoques. Já as exportações líquidas de bens e serviços trouxeram contribuição negativa no trimestre.

Vale relembrar que a estimativa divulgada hoje se baseia em dados ainda incompletos ou sujeitos a revisão adicional pelo BEA. A segunda estimativa do segundo trimestre, baseada em dados mais completos, será divulgada em 29 de agosto de 2024.

Nossa visão: a leitura de hoje reforça um quadro de atividade sólida nos EUA, sustentada pelo consumo resiliente, além da aceleração dos investimentos no trimestre. Assim, a moderação da economia é apenas gradual, e vindo de um nível muito elevado visto no fim de 2023.

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