Nossa atualização do cenário macro para junho de 2025

Confira os destaques do bate-papo que teve a participação de Nicholas McCarthy, CIO do Itaú, e moderação de Arthur Carasso, Head of Global Private Investment Specialists

Por Itaú Private Bank

4 minutos de leitura

Aconteceu na quarta-feira, 4, nossa live mensal exclusiva para clientes sobre o cenário macroeconômico local e internacional, além dos impactos nos mercados e investimentos. A conversa contou com a presença do Chief Investment Strategist do Itaú, Nicholas McCarthy, e foi moderada por Arthur Carasso, Head of Global Private Investment Specialists do Itaú Private Bank.

A seguir, confira os principais destaques do bate-papo:

Cenário internacional

  • O dólar começa a mostrar sinais de enfraquecimento. Se a tendência se confirmar, pode dar início a um ciclo mais longo de desvalorização da moeda – fenômeno que historicamente beneficia ativos de risco globais.
  • A desvalorização do dólar contribui para a desaceleração da inflação global. Isso alivia parte da pressão sobre bancos centrais ao redor do mundo, que podem interromper ou até reverter seus ciclos de alta de juros.
  • Os últimos meses também foram de questionamentos sobre a resiliência da economia americana. Hoje, a expectativa é de que a economia dos EUA continue crescendo, mas em ritmo mais moderado do que nos anos anteriores.
  • Com a inflação americana mais controlada, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) deve ter espaço para iniciar cortes de juros ao longo dos próximos 12 a 18 meses. O tom do Fed, no entanto, deve permanecer de cautela, especialmente diante de riscos fiscais e incertezas políticas.
  • Na Europa, a Alemanha anunciou um pacote de estímulos de 1 trilhão de euros a partir de 2026. A mudança pode romper com a estagnação estrutural do bloco, que há anos depende do comércio exterior – especialmente dos EUA.
  • Na China, os desafios estruturais preocupam, principalmente ligados ao setor imobiliário e à confiança do consumidor. Apesar disso, o país está entre os destaques de performance em renda variável em 2025. Os recentes planos de estímulo podem ser, entretanto, pontuais e insuficientes para sustentar uma retomada robusta.
  • O recente rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela agência Moody’s é um fator de atenção, mas não sinaliza uma ruptura. O país deve continuar sendo a principal âncora do sistema financeiro global, com o dólar mantendo sua posição de reserva de valor.
  • A tendência de uma realocação gradual de capital dos EUA para ativos internacionais continua. Isso inclui bolsas europeias, japonesas e de países emergentes. A expectativa é que o movimento se prolongue, com os investidores buscando melhor relação risco-retorno em países menos procurados nos últimos ciclos.

Cenário local

  • Um contexto externo mais favorável está ajudando o Brasil a se reposicionar positivamente. A percepção de que os ativos brasileiros estão descontados ganhou força, atraindo capital estrangeiro, com o país sendo um dos destinos preferidos em 2025 para alocações táticas.
  • Os últimos dados de inflação dão espaço para o Banco Central encerrar o ciclo de alta da taxa Selic, embora cortes ainda não sejam esperados para 2025.
  • A perspectiva de estabilidade monetária, combinada à entrada de capital estrangeiro, tem feito com que as curvas de juros fechem e a bolsa brasileira valorize.
  • Apesar do cenário global favorável, a política fiscal brasileira segue como uma preocupação. A postura menos assertiva do governo pressiona as expectativas de longo prazo.
  • Na renda fixa, seguimos otimistas com o juro real, que acima de 7% continua representando uma ótima oportunidade de retorno ajustado ao risco.
  • Nossa visão é que manter uma carteira diversificada internacionalmente continua sendo essencial. A valorização dos ativos locais tende a beneficiar quem já tem exposição ao país, mas a alocação no exterior ajuda a reduzir riscos e capturar ciclos distintos de crescimento.
  • As eleições de 2026 ainda não pesam no mercado: a performance dos ativos brasileiros pode ser ainda majoritariamente explicada pela dinâmica internacional. O foco por aqui, então, deve permanecer na condução da política monetária e no comportamento da inflação.

Em resumo, o otimismo, que cresceu nas últimas semanas após um período de maior volatilidade, vem com uma dose de cautela. Acreditamos que há boas oportunidades em curso, especialmente se o dólar continuar enfraquecendo, mas as decisões devem ser tomadas com disciplina, dados e estratégia – sem pressa ou euforia.

Para assistir à live completa, fale com sua equipe de atendimento.