Tensão comercial, setor de tecnologia e nota de crédito dos EUA agitam maio
International Markets: Marcio Brito analisa os mercados internacionais em maio, destacando as tensões comerciais persistentes, o crescimento da dívida pública dos EUA e as surpresas no setor de tecnologia
Por Itaú Private Bank
Maio foi marcado por altos e baixos, incluindo tensões comerciais, rebaixamento da nota de crédito dos EUA e surpresas no setor de tecnologia. Apesar das turbulências, os principais índices de ações americanos fecharam em alta, mas o mercado de renda fixa mostrou sinais de preocupação. Nesta edição, Marcio Brito, Head Investor do Banco Itaú International, comenta esses e outros assuntos que pautaram o debate nos mercados internacionais neste mês.
Confira alguns destaques:
- Trégua comercial EUA-China: no início de maio, os dois países concordaram com uma pausa de 90 dias na guerra tarifária, que protagonizam desde abril. As tarifas americanas foram reduzidas de 145% para 30% e as chinesas para 10%. A trégua temporária trouxe um breve alívio para os mercados e impulsionou a confiança do consumidor.
- Tensões EUA-União Europeia: apesar da trégua com a China, os EUA ameaçaram impor tarifas sobre importações da UE, incluindo carros alemães e iPhones montados na Irlanda, por exemplo. Embora a decisão tenha sido adiada pouco depois para 9 de julho, a ameaça mantém os mercados em alerta, pois qualquer novo desdobramento pode causar volatilidade.
- Rebaixamento da nota de crédito dos EUA: a agência Moody's reduziu a classificação de crédito dos EUA de AAA para AA1, citando déficits crescentes e uma dívida pública superior a US$ 36 trilhões. O rebaixamento sinaliza um aumento no risco fiscal, podendo impactar futuramente os juros de empresas, consumidores e até o câmbio.
- Desempenho do setor de tecnologia: apesar do cenário turbulento, o setor de tecnologia impulsionou os ganhos nos índices S&P 500 e Nasdaq em maio. A Nvidia apresentou resultados robustos e o entusiasmo com a inteligência artificial continua forte, apoiado por investimentos significativos do Oriente Médio.
- Renda fixa em foco: a taxa dos títulos do Tesouro americano de 10 anos subiu para 4,46%, sugerindo que os investidores estão começando a se proteger de riscos de longo prazo, especialmente com o endividamento dos EUA no radar.
- Estímulos fiscais na China: o governo chinês anunciou uma nova rodada de estímulos fiscais em maio, focando em cortes de impostos, injeção de liquidez e financiamento para consumo e inovação tecnológica. No entanto, a economia chinesa ainda não mostrou sinais claros de recuperação, com números fracos e baixa confiança do setor privado.
- Perspectivas para a economia europeia: embora o crescimento na Europa permaneça lento, com a indústria estagnada e o consumo fraco, a inflação parece estar sob controle. Isso abre espaço para possíveis cortes nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu, potencialmente criando um ambiente mais favorável para as bolsas e títulos europeus nos próximos meses.
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