Relatório Focus: projeções para Selic de 2024 e 2025 avançam
No Radar do Mercado: nova edição do Focus apontou Selic mais alta no curto prazo e IPCA um pouco mais baixo em 2026; na China, dados de atividade de setembro deram sinais mistos
Por Itaú Private Bank
O Banco Central divulgou hoje mais uma edição do Relatório Focus. Em geral, após a divulgação da ata do último Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), o mercado revisou para cima suas projeções para a taxa Selic de 2024 e de 2025, além de ter feito uma pequena revisão para baixo do IPCA esperado para 2026.
As medianas das estimativas do IPCA foram mantidas em 4,37% e 3,97% para 2024 e 2025, respectivamente, mas houve uma revisão para baixo do IPCA projetado para 2026 (de 3,62% para 3,60%). Ainda assim, as projeções do mercado seguem indicando que a inflação ficará acima da meta central do Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3,0%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, em todo o horizonte relevante.
Já as projeções para a taxa Selic para este e para o próximo ano subiram mais uma vez. Para 2024, o mercado revisou a projeção de 11,50% para 11,75%. Para 2025, a revisão foi de 10,50% para 10,75%. Já a projeção para a Selic de 2026 foi mantida em 9,50%.
Com relação à atividade econômica, a estimativa do PIB de 2024 se manteve em 3,0%. Enquanto isso, a estimativa para 2025 subiu de 1,90% para 1,92% e a de 2026 foi mantida em 2,0%.
Por fim, as projeções para a taxa de câmbio seguiram inalteradas para 2024 (R$/US$ 5,40), 2025 (R$/US$ 5,35) e 2026 (R$/US$ 5,30).
Atividade na China dá sinais mistos
Os índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da China deram sinais mistos em setembro. Segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês), a manufatura chinesa subiu para 49,8 pontos, ainda abaixo de 50, nível que indica contração da atividade, mas acima das expectativas do mercado (49,4 pontos). Enquanto isso, o PMI de manufatura publicado pela Caixin, pesquisa privada chinesa, caiu para 49,3, bem abaixo da expectativa do mercado de 50,5.
Ao analisar a abertura do índice da NBS, o destaque ficou com as novas encomendas, que aceleraram, impulsionadas pela demanda doméstica, enquanto as exportações recuaram e seguem em nível de contração – um sinal de alerta para o crescimento das exportações adiante. Quanto aos demais componentes do indicador, a produção acelerou, enquanto o emprego ficou praticamente estável.
Já o PMI não-manufatureiro recuou para 50,0, com serviços caindo para 49,9 pontos e o setor de construção ficando praticamente estável (em 50,7 pontos). Já o PMI de serviços da Caixin recuou para 50,3.
Nossa visão: em geral, os dados da atividade na China em setembro deram sinais mistos, com recuo de serviços e exportações, enquanto a indústria avançou. Após o anúncio de grandes estímulos na semana passada, o foco agora muda para a implementação desse pacote, que deverá impulsionar a atividade no 4º trimestre do ano.
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