Relatório Focus: na semana do Copom, mercado eleva projeções para IPCA e Selic

No Radar do Mercado: previsões para dólar e PIB também aumentam. Na China, autoridades sinalizam maior flexibilidade na política fiscal e monetária

Por Itaú Private Bank

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Nesta segunda-feira, o Banco Central divulgou uma nova edição do Relatório Focus com elevações nas projeções de inflação, câmbio e Selic em todo o horizonte e revisões para cima também nas projeções para o PIB de 2024 e 2025.

A mediana das estimativas do IPCA para 2024 subiu de 4,71% para 4,84%. Com isso, a previsão renovou a nova máxima do ano e se distanciou ainda mais do teto do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual ao redor da meta de 3,0% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). As projeções para 2025 e 2026 também continuaram subindo. Enquanto a mediana de 2025 saiu de 4,40% para 4,59%, ultrapassando o teto do intervalo de tolerância da meta pela primeira vez, a de 2026 subiu de 3,81% para 4,00%.

O câmbio também teve suas previsões alteradas para cima. A projeção para o final de 2024 passou de R$/US$ 5,70 para R$/US$ 5,95, enquanto a projeção para 2025 subiu de R$/US$ 5,60 para R$/US$ 5,77 e para 2026, de R$/US$ 5,60 para R$/US$ 5,73.

Com relação à Selic, o mercado elevou a projeção para o final de 2024 de 11,75% para 12,00%, o que significaria uma elevação de 0,75 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central desta semana, a última do ano. Além disso, as projeções para 2025 e 2026 subiram de 12,63% para 13,50% e de 10,50% para 11,00%, respectivamente.

Por fim, o Focus desta segunda-feira também trouxe revisão para cima na projeção para o PIB de 2024, de 3,22% para 3,39%, e de 2025, de 1,95% para 2,00%. Já a previsão para 2026 foi mantida em 2,00%.

China deve adotar postura fiscal e monetária mais flexível

Na reunião do Politburo de dezembro, as autoridades chinesas sinalizaram mais apoio nas frentes monetária e fiscal. Segundo comunicado divulgado à imprensa, os membros do Comitê concluíram que os principais objetivos de desenvolvimento social e econômico de 2024 serão alcançados e afirmaram que a política monetária deverá ser “moderadamente frouxa” e a política fiscal “mais proativa” daqui em diante.

Em resumo, a reunião do Politburo e as declarações do presidente Xi Jinping reforçaram que a mudança de postura vista em setembro permanece em vigor. À frente, o mercado aguardará a Conferência Central de Trabalho Econômico (CEWC, na sigla em inglês), a ser realizada entre os dias 11 e 12 de dezembro, que define as prioridades econômicas para o ano seguinte e deve reforçar o tom de medidas de apoio à economia. No entanto, novos anúncios (tais como uma meta de déficit oficial mais alta) provavelmente só ocorrerão no início do próximo ano, uma vez que os tomadores de decisão permanecem reativos e devem aguardar para ver o impacto da nova administração Trump nos EUA.

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