Revisamos nossos cenários macro para o mês de outubro
No Radar do Mercado: divulgamos as revisões de cenário macro atualizando nossas projeções em âmbito local e global; nos EUA, criação de vagas do Payroll veio acima do esperado
Por Itaú Private Bank
Revisão de Cenário – Brasil
A redução da contenção de gastos no último relatório bimestral sugere um ajuste fiscal limitado e contribuiu para um aumento da percepção de risco doméstico. Avaliamos que houve uma piora na transparência da política fiscal. Por enquanto, mantivemos a projeção de déficit primário de -0,4% do PIB em 2024 e de -0,8% do PIB em 2025.
O aumento de prêmio de risco atrapalha a moeda, mas tem sido compensado pelo aumento do diferencial de juros. Mantivemos as projeções de câmbio em R$ 5,40 por dólar ao final de 2024 e R$ 5,20 por dólar ao final 2025.
Já para o PIB, revisamos para cima a projeção de 2024, para 3,2%. Esperamos alguma desaceleração da atividade no segundo semestre do ano, porém menos intensa do que o imaginado anteriormente em função do consumo das famílias.
Revisamos para cima a nossa projeção de inflação para 4,4% em 2024, incorporando uma previsão de bandeira tarifária amarela em dezembro e uma alimentação no domicílio mais pressionada. Também elevamos a nossa projeção para 2025, agora em 4,2%.
Para os juros, projetamos a taxa Selic em 11,75% a.a. ao final de 2024 e 12,0% no início de 2025. A desaceleração da atividade e alguma apreciação da taxa de câmbio devem permitir cortes de juros a partir da segunda metade do ano.
Revisão de Cenário – Global
Os mercados de trabalho mais ajustados têm deixado os bancos centrais mais sensíveis à atividade econômica, mas há divergência entre países. Nos EUA, o Federal Reserve deve promover cortes a um ritmo de 0,25 ponto percentual por reunião. Na Europa, esperamos que o Banco Central Europeu (BCE) promova mais dois cortes em 2024, em meio ao recuo da inflação e à atividade fraca.
Na China, revisamos para cima nossa projeção de crescimento do PIB, para 5,0% em 2024, após a sinalização forte de estímulos fiscal e monetário, além do direcionamento para estabilização do setor imobiliário. Por fim, na América Latina, projetamos uma divergência ainda maior na trajetória de política monetária entre os países, com Chile, Peru e México seguindo um caminho mais rápido em direção à neutralidade.
Payroll: criação de vagas acima do esperado
O Payroll, relatório de folha de pagamentos do Departamento do Trabalho dos EUA, indicou a criação de 254 mil vagas em setembro, bem acima da projeção de mercado (147 mil) e da leitura anterior, que foi revisada para cima (de 142 mil para 159 mil).
A taxa de desemprego recuou ligeiramente para 4,1%, enquanto o mercado esperava manutenção em 4,2%. Já a taxa de participação permaneceu estável, em 62,7%.
Os ganhos salariais por hora trabalhada subiram 0,4% em setembro, para US$ 35,35, acelerando em relação a agosto. Nos últimos 12 meses, o indicador registrou alta de 4,0%, ritmo maior do que a leitura anterior e o esperado pelo mercado (ambos 3,8%).
Nossa visão: a leitura acima do esperado, reforçando uma desaceleração apenas gradual do mercado de trabalho, está alinhada com a expectativa de que os próximos cortes de juros do Fed sejam de 0,25 ponto percentual. Agora, as atenções dos investidores se voltam para a divulgação da inflação mensurada pelo CPI referente ao mês de setembro, que acontece na próxima semana.
Private Talks
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