Sinais de desaceleração na economia americana
No Radar do Mercado: enquanto os mercados aguardavam a divulgação da ata do Fed, indicador do setor de serviços surpreendeu negativamente
Por Itaú Private Bank
O Federal Reserve (Fed, banco central americano) divulgou a ata de sua última reunião de política monetária, quando a autoridade manteve os juros no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano pela sétima reunião consecutiva.
A ata mostrou que “a grande maioria dos participantes avaliou que a atividade econômica parecia estar arrefecendo gradualmente”, e consideraram a postura da política monetária atual como restritiva. Os membros do comitê avaliaram uma redução nas condições de aperto do mercado de trabalho, que tem mostrado moderação, notando o aumento na força de participação e a imigração.
O comunicado também mostrou que vários participantes afirmaram que o juro poderia ser elevado caso a inflação persista em um nível mais alto ou acelere adiante. Por outro lado, também enfatizaram que, com a normalização do mercado de trabalho, um enfraquecimento adicional da demanda poderia gerar uma resposta maior na economia, provocando uma alta maior no desemprego.
De maneira geral, houve um reconhecimento de que os riscos para o mandato duplo do Federal Reserve – de promover o máximo de emprego e estabilidade de preços – se encaminha para um equilíbrio melhor, embora seja necessário acompanhar os desdobramentos no mercado de trabalho.
Quanto aos passos futuros, o comitê observou ainda serem necessários dados adicionais favoráveis para que tenham a confiança necessária de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção à meta de 2%. Dessa forma, reforçou a visão dependente dos dados para a decisão do melhor momento para o início dos cortes nos juros.
Indicador do setor de serviços dos EUA entra em patamar contracionista
O índice do Instituto de Gerência de Oferta (ISM, em inglês) de serviços dos Estados Unidos recuou para 48,8 pontos em junho, bem abaixo das expectativas do mercado (52,7) e entrando em patamar contracionista (abaixo de 50). Além disso, o resultado foi o mais fraco para o setor desde maio de 2020.
Ao analisar os componentes do indicador, a queda foi generalizada, mas puxada principalmente pela forte queda das novas encomendas, valor mais baixo desde dezembro de 2022. Já a medida de atividade das empresas também entrou em patamar contracionista pela primeira vez desde 2020, o que pode ser uma sinalização de uma perda de ímpeto da atividade econômica ao final do segundo trimestre.
Produção industrial recua pelo segundo mês seguido no Brasil
A produção industrial brasileira contraiu 0,9% em maio na comparação mensal, acima das expectativas do mercado, que esperavam uma retração mais intensa (-1,1%). Enquanto a manufatura contraiu, o segmento extrativo e de mineração avançou. A leitura de maio registrou a segunda queda consecutiva da produção industrial, dessa vez refletindo os impactos da tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul. O resultado reforça a nossa visão de alguma moderação no crescimento econômico no segundo trimestre.
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