Renda fixa: o que é e como funciona?

Por Itaú

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Mulher investindo em renda fixa pelo seu celular

A renda fixa é um tipo de investimento recomendado para quem está começando a criar sua reserva financeira. A poupança, por exemplo, é uma aplicação de renda fixa, mas não é a única. No mesmo grupo, estão alternativas que podem render mais, como Tesouro Direto, CDB, LCIs e LCAs, entre outras.

Por isso, se você estiver dando os primeiros passos no mundo dos investimentos, vale a pena entender o que significa renda fixa, como ela funciona, como você pode aplicar seu dinheiro e quais são suas vantagens. É sobre tudo isso que vamos tratar neste artigo.

O que é renda fixa?

Renda fixa é um tipo de investimento que geralmente é mais seguro e previsível. Na prática, quando você aplica em renda fixa está emprestando dinheiro para uma instituição financeira, uma empresa ou diretamente para o país.

Em troca, quem toma o empréstimo se compromete a devolver o seu dinheiro com uma porcentagem de ganho, que pode estar relacionada à variação da inflação, à taxa básica de juros ou a uma taxa já determinada no momento da aplicação.

Ou seja, quando você aplica seu dinheiro em um CDB ou título do Tesouro Direto, por exemplo, sabe que em determinado momento vai receber o dinheiro de volta com um acréscimo, que é uma porcentagem de ganho sobre o que você investiu. É essa porcentagem que representa a renda fixa da aplicação.

Quais os tipos de renda fixa?

Existem basicamente três tipos de renda fixa: a prefixada, a pós-fixada e a mista. Entenda a seguir qual é a lógica de cada uma.

Prefixada

A renda fixa prefixada é aquela que oferece uma taxa de rentabilidade combinada no momento da aplicação. Por exemplo, uma renda fixa prefixada pode garantir rentabilidade de 11% ao ano. Isso significa que, seja qual for a variação da inflação (IPCA) ou da taxa básica de juros (Selic), no vencimento da aplicação você vai receber de volta o seu dinheiro mais 11% de ganho ao ano.

Pós-fixada

A pós-fixada é aquela que oferece uma rentabilidade atrelada a algum índice, a Selic, por exemplo. Ela tem esse nome porque embora garanta esse retorno ao investidor, seu percentual exato só vai ser conhecido posteriormente.

Isso porque não é possível saber com antecedência como será a evolução da taxa de juros no próximo ano.

Em agosto de 2023, por exemplo, ela estava em 13,25% ao ano. Em setembro do mesmo ano, caiu para 12,75%. De lá para cá foi baixando aos poucos até chegar ao atual 10,50%.

Porém, ninguém pode garantir que ela vá continuar caindo nos próximos meses. Isso depende de muitas questões relacionadas à economia do país.

Renda fixa atrelada à inflação (IPCA)

Vamos imaginar que você queira investir R$ 2 mil em uma aplicação de renda fixa que tenha a rentabilidade atrelada à inflação IPCA, que é o índice oficial de inflação do Brasil.

Isso significa que seu dinheiro vai acompanhar o aumento dos preços de produtos e serviços observado pelo índice.

Ainda que no momento da aplicação ninguém saiba exatamente qual vai ser a variação da inflação nos próximos meses, você investe seu dinheiro sabendo que vai ter seu poder de compra mantido ao longo do tempo.

Em julho de 2024, por exemplo, o IPCA foi de 0,38%. Isso significa que os preços de produtos e serviços aumentaram, em média, 0,38% naquele mês. Consequentemente, as aplicações de renda fixa atreladas ao IPCA também devem render 0,38% no período.

Taxa básica de juros

Há também aplicações de renda fixa atreladas à Selic, que é a taxa básica de juros da economia do Brasil. É ela que influencia outras taxas de juros, como as taxas cobradas em empréstimos e oferecidas em aplicações financeiras.

Quando você investe em uma aplicação desse tipo, sabe que seu dinheiro vai acompanhar a evolução dessa taxa.

Atualmente, a Selic está em 10,50% ao ano. No entanto, se você investir hoje em Tesouro Selic com vencimento em 2026, por exemplo, não está garantido que você tenha exatamente esse rendimento de 10,50% na data de resgate.

A Selic pode tanto baixar quanto subir nos próximos meses e anos. O que está combinado, então, é que você receberá de volta o dinheiro que aplicou mais o rendimento da taxa Selic entre o momento da aplicação e o vencimento do título.

Quer ter ideia de quanto pode render sua aplicação? Faça simulações na Calculadora de Renda Fixa da Inteligência Financeira.

Híbrida

A renda fixa híbrida (ou mista) é aquela que oferece uma combinação entre uma taxa prefixada e um índice. Por exemplo, há títulos do tesouro direto que oferecem remuneração de IPCA + 6%. Isso significa que o dinheiro investido vai acompanhar o índice oficial de inflação e somar a ele um retorno de 6% ao ano.

Investimentos de renda fixa

Confira a seguir alguns dos principais investimentos de renda fixa e entenda como eles funcionam na prática.

Tesouro Direto

Tesouro Direto é um programa desenvolvido pelo Tesouro Nacional em parceria com a B3 para oferecer títulos públicos federais para pessoas físicas de forma totalmente online.

Na prática, quem aplica no Tesouro Direto está emprestando dinheiro para o país, por isso esse tipo de investimento é considerado altamente seguro.

O Tesouro oferece títulos prefixados, pós-fixados e mistos. Os títulos têm prazos de vencimento variados e diferentes fluxos de remuneração. Alguns pagam cupom de juros semestral enquanto outros pagam o rendimento total na data de vencimento.

CDB

CDB significa Certificado de Depósito Bancário e é um tipo de investimento de renda fixa em que você empresta seu dinheiro para uma instituição financeira. Em troca, recebe o valor que investiu acrescido da rentabilidade combinada no momento da aplicação.

Esse tipo de investimento oferece opções prefixadas e pós-fixadas. Esse segundo tipo tem o rendimento atrelado a algum indicador, como a taxa do CDI, que é a média da taxa de juros praticada quando um banco empresta dinheiro para outro banco.

Embora não sejam idênticas, a taxa do CDI considera a Selic como referência. Por isso, as duas seguem a mesma tendência.

Outra informação interessante é que o CDB, como outras opções de renda fixa, tem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), instituição privada sem fins lucrativos que protege o dinheiro dos investidores em até R$ 250 mil por CPF e/ou CNPJ.

Isso quer dizer que o FGC garante que você vai receber seu dinheiro (até o limite de R$ 250 mil) se houver qualquer incidente com a instituição financeira em que o valor está aplicado.

LCI

As Letras de Crédito Imobiliário, que são chamadas de LCIs, são títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras para financiar o mercado imobiliário.

Ou seja, na prática, quando você investe em LCI está emprestando dinheiro a um banco que oferece crédito para a construção de casas, prédios e escritórios, por exemplo. Em troca, na data combinada, você recebe seu dinheiro de volta corrigido por juros.

Quem pensa em investir em LCI deve observar duas informações importantes. O primeiro ponto de atenção é que a LCI tem carência de 366 dias.

Ou seja, se você precisar fazer um resgate antecipado, pode tentar vender o título para outros investidores, o que nem sempre é fácil porque o mercado secundário de renda fixa ainda não tem muitos compradores.

O outro ponto relevante, este bastante positivo, é que os rendimentos são isentos de Imposto de Renda. Para completar, esses títulos também contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

LCA

As Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são títulos muito parecidos com as LCIs. A principal diferença é que, no caso das LCAs, as instituições financeiras devem usar o dinheiro para oferecer empréstimos relacionados ao agronegócio.

Outros pontos relevantes são que as LCAs têm carência de 276 dias e rendimentos isentos de Imposto de Renda, com as LCIs. Além disso, elas são isentas de IOF e têm a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

CRI

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) são títulos de renda fixa emitidos por securitizadoras, que são empresas especializadas em comprar recebíveis de outras empresas. Recebíveis são basicamente pagamentos que as empresas recebem mensalmente quando fazem uma venda parcelada.

Na prática, então, as securitizadoras pagam à vista, com desconto, o que uma construtora vai receber a prazo dos seus clientes, por exemplo.

Em troca, passa a receber o valor integral dos pagamentos mensais. Por isso, quando você investe nesses títulos, está emprestando dinheiro para financiar algum projeto ou atividade do setor imobiliário.

Os CRIs também oferecem opções de rentabilidade prefixadas e pós-fixadas, normalmente atreladas a um índice como inflação, taxa Selic e CDI. Seus rendimentos são isentos de IR e IOF. Porém, diferentemente de outras aplicações de renda fixa, os CRIs não têm proteção do FGC.

Além disso, eles têm prazos de vencimento longos. Isso significa que se você precisar resgatar o título antecipadamente pode perder boa parte do rendimento. Eles têm ainda risco de crédito, já que dependem do cumprimento das obrigações financeiras dos devedores.

CRA

O CRA é o Certificado de Recebíveis do Agronegócio e é um título emitido por instituições securitizadoras com características muito semelhantes às dos CRIs. No entanto, a diferença do CRI para o CRA é que os recursos obtidos pelas empresas com os CRAs são destinados ao financiamento de algum projeto ou atividade do setor agropecuário.

Debêntures

Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas. Isso quer dizer que quando você investe nesse tipo de renda fixa está emprestando dinheiro para essas empresas. Em troca, elas se comprometem a devolver o dinheiro emprestado com juros.

Entre as opções, existem as debêntures incentivadas, que são títulos de dívida emitidos por empresas exclusivamente para financiar projetos de infraestrutura. Um benefício específico de debêntures incentivadas é a isenção de imposto de renda sobre os rendimentos.

Qual a diferença entre renda fixa e renda variável?

A principal diferença entre renda fixa e renda variável é que na renda fixa você investe já sabendo como seu dinheiro vai render ao longo do tempo. Na renda variável, por outro lado, você não tem essa previsibilidade.

Por exemplo, se você investir R$ 1.000 em um CDB prefixado com rentabilidade de 4% e vencimento em um ano, sabe que a rentabilidade vai acompanhar esse rendimento e pagar a taxa contratada no prazo.

Ou seja, ao longo do tempo, seu investimento não vai ser menor do que os R$ 1.000 da sua aplicação inicial.

Por outro lado, se você investir R$ 1.000 em ações, pode tanto ter prejuízo, se as ações se desvalorizarem, quanto dobrar ou triplicar esse investimento.

É possível que em um mês os R$ 1.000 que você investiu se tornem R$ 890, por exemplo. Também pode acontecer de eles rapidamente virarem R$ 1.300, também apenas como exemplo.

É importante entender as características de cada tipo de investimento e conhecer o seu perfil de investidor para saber que aplicações são adequadas para a sua carteira neste momento.

Conte com a ajuda de especialistas do Itaú para avaliar as melhores alternativas para você porque não existe investimento bom e investimento ruim, o que existe é o investimento que mais combina com as suas necessidades e possibilidades em cada etapa de vida.

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