O que é tesouro direto? Guia completo para investir

O Tesouro Direto é um tipo de investimento que pode ser interessante para quem busca segurança e baixo risco. Isso porque quando você investe no título do Tesouro Direto sabe que em determinada data vai receber seu dinheiro de volta com um acréscimo, que é uma porcentagem de ganho sobre o valor que você aplicou.

Neste artigo, vamos explicar o que é Tesouro Direto, como ele funciona, quanto rende e para quem pode ser uma opção de investimento.

Tesouro Direto é um tipo de aplicação de renda fixa, como também são a poupança e o CDB, por exemplo. Isso significa que no momento da aplicação você já sabe como seu dinheiro vai render.

O programa foi desenvolvido pelo Tesouro Nacional em parceria com a B3 para oferecer títulos públicos federais para pessoas físicas de forma totalmente online.

Na prática, quem aplica em títulos do Tesouro Direto está emprestando dinheiro para o país, que se compromete a devolver a quantia emprestada com um acréscimo de ganho.

Esse tipo de aplicação existe em muitos países. Nos Estados Unidos, por exemplo, existem os chamados Treasuries, que são títulos do Tesouro Americano. Em Portugal, eles são chamados de Certificados do Tesouro.

O Tesouro Direto funciona de forma simples e totalmente virtual. Você pode comprar e vender títulos pelo App Itaú, por meio da Itaú Corretora.

Taxas

Ao investir no Tesouro Direto você paga uma taxa de custódia da Bovespa (B3) de 0,20% a.a. Essa taxa de custódia é cobrada pela B3 pela guarda dos ativos e a segurança das suas informações.

Além disso, é possível que seu banco ou sua corretora também cobre alguma taxa de custódia. Vale a pena checar essa informação antes de investir. Também é importante saber que o Itaú não cobra taxa de custódia para aplicações no Tesouro Direto.

Rentabilidade

Quem quer investir no Tesouro Direto pode escolher entre vários títulos que têm diferentes taxas de rentabilidade, que é o percentual de ganho sobre o valor que você investe. As taxas de rentabilidade dos títulos públicos variam de acordo com o tipo de título e a data de vencimento. Em geral, quanto mais longo é o prazo, maior é a porcentagem de ganho.

Valor mínimo

O valor mínimo para investir no Tesouro Direto também varia de acordo com o título escolhido. De modo geral, você pode investir a partir de 1% do valor do título.

Liquidez

O Tesouro Direto oferece liquidez, ou seja, permite que você resgate suas aplicações a qualquer momento, independentemente da data de vencimento do título. No Itaú, ao fazer o resgate, o dinheiro cai na sua conta em até dois dias úteis.

No entanto, é preciso considerar que a rentabilidade contratada é garantida apenas na data de vencimento do título. Isso quer dizer que se você quiser resgatar o dinheiro antes desse prazo, pode ter uma rentabilidade mais baixa, dependendo dos preços e das taxas operados no momento da transação.

Imposto de Renda

No momento do resgate, você paga Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos do Tesouro Direto. A alíquota desse imposto é regressiva, o que significa que quanto mais tempo você carregar o título, menos imposto vai pagar.

O percentual máximo é de 22,5%, para aplicações de 180 dias ou menos. A alíquota mínima é de 15% e é aplicada a aplicações de 721 dias ou mais.

Vale lembrar que o IR é cobrado apenas sobre os rendimentos do período em que você manteve seu dinheiro aplicado. Ou seja, ele incide apenas sobre o acréscimo que você recebe e não sobre o valor total do investimento.

Horário de funcionamento

As aplicações e os resgates no Tesouro Direto podem ser feitos nos dias úteis, em horário comercial, das 9h30 às 18h, com os preços e taxas operados no momento da transação.

Você também pode fazer investimentos e resgates fora desse horário, inclusive nos finais de semana e feriados. Porém, nesses casos, os preços e taxas exibidos são apenas para referência porque serão considerados os preços e as taxas de abertura do mercado do próximo dia útil.

Vale saber ainda que, nos dias úteis, das 5h às 9h30, o sistema fica em manutenção.

O Tesouro Direto oferece títulos com taxas de rentabilidade prefixadas e pós-fixadas. Entenda o que significa cada tipo de taxa.

Prefixada

A taxa prefixada é combinada no momento da aplicação. Por exemplo, um Tesouro Prefixado pode garantir rentabilidade de 11% ou 12% ao ano. Isso significa que, seja qual for a variação da inflação (IPCA) ou da taxa básica de juros (Selic), no vencimento do título você vai receber de volta o seu dinheiro mais essa taxa combinada de ganho ao ano.

Pós-fixada

A pós-fixada é aquela que oferece uma rentabilidade atrelada a algum índice, a Selic, por exemplo. Ela tem esse nome porque, embora garanta esse retorno ao investidor, seu percentual exato só vai ser conhecido posteriormente porque não conseguimos saber com antecedência como será a evolução da taxa de juros no próximo ano.

Em agosto de 2023, por exemplo, ela estava em 13,25% ao ano. Em setembro do mesmo ano, caiu para 12,75%. De lá para cá foi baixando aos poucos até chegar ao atual 10,50%.

Porém, ninguém pode garantir que ela vá continuar caindo nos próximos meses. Isso depende de muitas questões relacionadas à economia do país.

O Tesouro Selic, por exemplo, oferece a rentabilidade da Selic mais uma taxa fixa combinada no momento da aplicação. O Tesouro IPCA+ segue a mesma lógica e oferece a correção da inflação (IPCA) mais uma taxa fixa combinada na contratação.

Existem diversos tipos de títulos oferecidos pelo Tesouro Direto. Antes de investir, é interessante entender as principais características de cada um. Confira.

Tesouro Selic (LFT)

O Tesouro Selic é um tipo de título pós-fixado que tem a rentabilidade atrelada à Taxa Selic, que é a nossa taxa básica de juros da economia. Isso significa que sua remuneração vai acompanhar a variação da taxa Selic entre o momento da aplicação e do vencimento do título.

Por exemplo, o Tesouro Selic 2029 pode oferecer taxa de Selic + 0,1478%. Isso significa que no vencimento do título, você vai receber o valor investido, acrescido da variação da taxa Selic mais 0,1478%.

Ou seja, você conhece a regra da rentabilidade, mas não sabe exatamente quanto vai receber no final porque o valor exato depende da variação da Selic entre o momento da contratação e a data de vencimento.

Entre os títulos oferecidos, o Tesouro Selic é o mais indicado para formar uma reserva de emergência ou para objetivos de curto prazo. Isso porque, por ser atrelado à Selic, que é uma taxa que varia pouco, é o título que oferece menor risco para quem pensa em resgatar o dinheiro antes da data de vencimento do título.

Tesouro Prefixado (LTN)

Os títulos prefixados do Tesouro Direto são os que oferecem uma taxa de juros fixa. Isso quer dizer que você sabe exatamente qual será a taxa de rentabilidade no momento da contratação. Por exemplo, o Tesouro Prefixado 2031 pode ter rentabilidade de 11,88%.

Isso quer dizer que se você aplicar R$ 10 mil hoje, vai receber R$ 10 mil + 11,88% ao ano na data de vencimento, que é 01/01/2031. Por essa característica, esse tipo de título é interessante para quem quer saber exatamente o valor que vai receber no final da aplicação.

Tesouro Prefixado com juros semestrais (NTN-F)

O Tesouro Prefixado com juros semestrais tem a característica de pagar juros a cada seis meses em vez de pagar tudo de uma vez na data de vencimento do título. Porém, da mesma forma que o Tesouro Prefixado, quem investe nesse tipo de título sabe exatamente quanto vai receber no futuro.

É uma alternativa que pode ser interessante para quem precisa dos rendimentos para complementar a renda, por exemplo. Além disso, em caso de resgate antecipado, o Tesouro Nacional garante a recompra do título pelo valor de mercado

Tesouro IPCA (NTN-B Principal)

O Tesouro IPCA é outro tipo de título pós-fixado do Tesouro Direto. Como o nome indica, é um título que tem a rentabilidade atrelada à inflação medida pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais uma taxa prefixada de juros.

Por exemplo, um título Tesouro IPCA+ 2045 pode oferecer rentabilidade IPCA (que é a variação da inflação) + 6,06% (taxa prefixada). Com isso, esses títulos garantem rendimento sempre acima da inflação.

Tesouro IPCA com juros semestrais (NTN-B)

Este tipo de título segue a mesma lógica do Tesouro IPCA, mas paga juros semestrais. Ou seja, também é uma alternativa para quem quer complementar a renda com o pagamento de cupons de juros ao longo da aplicação.

Para mostrar quanto rende o Tesouro Direto na prática vamos utilizar a Calculadora de Renda Fixa da Inteligência Financeira. Imaginando que você tenha R$ 1.000 para investir hoje, vamos calcular quanto esse dinheiro pode render nos próximos 12 meses em títulos do Tesouro.

Em 12 meses, seus R$ 1.000 renderiam 10,48% no Tesouro pós-fixado. Isso quer dizer que daqui a um ano, você teria R$ 1.104,85.

E no Tesouro Prefixado? Nesse caso, a estimativa de rendimento é de 11,68%. Portanto, você teria em um ano R$ 1.116,80. Temos também a opção Tesouro IPCA+, que pode render 9,98% nos próximos 12 meses. Com isso, você teria R$ 1.099,76.

Vale lembrar que estamos falando de projeções e que rendimentos passados não garantem rendimentos futuros.

O Tesouro Direto tem a garantia do Governo Federal. Por isso, é considerado um dos investimentos mais seguros do Brasil.

É interessante considerar, no entanto, que a rentabilidade contratada no momento da aplicação só é garantida na data de vencimento do título. Isso significa que se você precisar do seu dinheiro de volta antes da data de vencimento pode ter uma rentabilidade mais baixa.

Além disso, antes de fazer qualquer tipo de investimento, é importante conhecer seu perfil de investidor e sua tolerância a riscos.

Descubra qual é o seu perfil para investimentos fazendo o Quiz da Inteligência Financeira e conte com a ajuda de especialistas do Itaú para avaliar as melhores alternativas para cada momento.

Agora que você já sabe como funciona esse tipo de aplicação, se quiser conhecer as alternativas de investimentos acesse a página Tesouro Direto Itaú.

Como os títulos do Tesouro Direto são negociados na B3, para investir no Tesouro Direto você precisa ter conta em alguma corretora.

Se você já for correntista Itaú, pode seguir este passo a passo para aplicar no Tesouro Direto:

Abra o App Itaú > Investir > Tesouro Direto > Título > Investir.

Se ainda não tiver cadastro na Itaú Correta, vai precisar completar algumas informações para concluir a transação.

Na hora de escolher em que título do Tesouro Direto você vai aplicar seu dinheiro, confira o valor mínimo exigido para aplicação, a taxa de rendimento e o vencimento. É importante selecionar a opção que mais combina com seus objetivos e suas necessidades neste momento.