Investimentos sustentáveis avançam no Brasil; Itaú Asset discute próximos passos

Discussões da Climate Week abordaram desafios para produtos de investimento sustentáveis e o papel da Itaú Asset na expansão do setor ESG no país

Por Itaú Asset

4 minutos de leitura

Os especialistas em fundos ESG da Itaú Asset participaram na primeira semana de agosto da edição brasileira da Climate Week, fórum global para discutir e promover ações contra mudanças climáticas.

O evento, realizado no Cubo Itaú, em São Paulo, deu a largada para uma agenda voltada ao ESG neste segundo semestre. Além do Climate Week, o país vai receber em novembro o PRI In Person, conferência internacional sobre investimento responsável, também em São Paulo. Ainda em novembro, acontece a COP30, em Belém (PA), fórum da ONU para negociar ações voltadas ao enfrentamento das mudanças climáticas.

Os três palestrantes do painel, sentados em cadeiras. Ao fundo, telão verde com informações sobre o painel e o evento.
Itaú Asset debate avanços e desafios dos investimentos sustentáveis durante a Climate Week

Sofia Fahel e Alexandre Gazzoti, respectivamente analista e especialista em ESG da Itaú Asset, marcaram presença em dois painéis da Climate Week, que abordaram as oportunidades e os desafios para ampliar a participação dos fundos de renda variável e crédito corporativo ESG no portfólio dos investidores.

Entre os convidados estavam Lucas Vasconcellos, estrategista climático do Itaú Unibanco, Flávia Bedicks, responsável por políticas ESG do CDP, Victor Natal, head de pesquisa ESG do Itaú BBA, e Guilherme Teixeira, sócio consultor da ERM.

Confira a seguir os principais destaques dos painéis:

Estratégia ESG da Itaú Asset

Com mais de 20 anos de atuação em investimentos responsáveis, a Itaú Asset foi signatária dos Princípios para o Investimento Responsável (PRI), definidos pela ONU em 2008. Inclusive, desenvolveu uma metodologia própria para integrar fatores ambientais, sociais e de governança na análise de risco e retorno dos ativos.

Com nove fundos ESG na carteira, entre ativos e ETFs, um dos destaques é o fundo de renda fixa Itaú Active Fix ESG, com quase R$ 3 bilhões sob gestão, que foca em empresas que geram impactos socioambientais positivos.

“O desafio é dar escala e consistência à integração ESG em toda a indústria, não apenas em fundos rotulados”, afirmou Alexandre Gazzoti. Em 2024, a Itaú Asset lançou o fundo Itaú Active Fix ESG Horizonte, que direciona pelo menos 10% do portfólio em títulos de dívida de projetos estabelecidos na região da Amazônia Legal.

Emissão de dívida sustentável

Ainda no setor de crédito corporativo, Guilherme Teixeira, da ERM, apontou que o Brasil completa em 2025 uma década de emissões de dívida sustentável. São mais de 500 operações e aproximadamente R$ 400 bilhões captados no setor.

“O mercado de dívida sustentável evoluiu muito, mas ainda sofre com baixa liquidez, o que limita o ‘greenium’ para emissores”, destacou. “Greenium” ou “green premium” são terminologias para a diferença positiva de preço ou de taxa (yield) entre um título verde e um convencional com características equivalentes.

Alexandre Gazzoti comentou que a Itaú Asset investe mais de R$ 600 milhões em green bonds e sustainability-linked bonds, que já representam 20% do portfólio do fundo Active Fix ESG.

Mercado em crescimento

No mercado de renda variável, Victor Natal, do Itaú BBA, apontou que o patrimônio dos fundos ESG de equity no Brasil evoluiu rapidamente. Apenas em 2024 foram captados R$ 12 bilhões nesse nicho. E, neste ano, o volume cresceu entre R$ 5 bilhões a R$ 7 bilhões. “Temos uma indústria que ainda é pequena, mas cresce acima da média e entrega retorno competitivo”, disse.

Entre maio de 2022 e julho de 2025, os fundos com ações de empresas que se encaixam na prateleira ESG renderam 41%, quase o dobro da média da indústria, que foi de 22%.

“Um estudo da Universidade de Nova Iorque, que analisou 1.500 pesquisas na área em todo o mundo, mostra que de 60% a 70% dos gestores de equities que aplicam em estratégias ESG entregam rentabilidade adicional aos fundos”, afirmou.

Apesar do avanço, Natal comentou que os fundos ESG representam apenas 0,4% da indústria nacional. Na Europa, eles já são 60% do mercado, enquanto nos Estados Unidos, são 50%.

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