O que o aquecimento global está fazendo com o seu cérebro?
E mais: as soluções brasileiras rumo à COP30, os países mais expostos a riscos climáticos e como as empresas estão lucrando com sustentabilidade
Por Comunicação Itaú Asset
EDIÇÃO #5

A semana trouxe uma mistura potente de inovação, ciência e estratégia no universo ESG. Empresas brasileiras se organizam para mostrar suas soluções ambientais na COP30, enquanto pesquisadores revelam como o calor extremo já está afetando nossos cérebros.
Um novo índice global destaca países mais expostos a choques climáticos, e executivos de grandes empresas reforçam: sustentabilidade já é prioridade de negócio, e também de lucro. Confira os destaques do Radar ESG desta semana:
Setor privado quer mostrar soluções brasileiras ao mundo
Na contagem regressiva para a COP30, um grupo formado por Bradesco, Itaú Unibanco, Itaúsa, Natura, Nestlé e Vale lançou a C.A.S.E. — Climate Action Solutions & Engagement, uma iniciativa que pretende apresentar ao mundo 20 projetos ambientais com origem no Brasil e potencial de escala global. A ideia é aproveitar o palco internacional da conferência, que será realizada em Belém, para mostrar que o setor privado brasileiro já tem soluções concretas no campo climático.
Segundo o Capital Reset, seis desses projetos envolvem diretamente as empresas fundadoras e dialogam com os eixos da agenda de ação da COP: financiamento climático, bioeconomia, economia circular, transição energética e sistemas alimentares, entre outros. A proposta é clara: multiplicar o que já está funcionando e estimular novas alianças. Tudo isso fora do circuito oficial das negociações diplomáticas.
A iniciativa terá um espaço próprio durante o evento, com o objetivo de fomentar debates e inspirar outros atores do setor privado a assumirem protagonismo real no combate às mudanças climáticas.
O calor extremo está afetando nossos cérebros
O impacto do aquecimento global pode estar mais próximo, e mais interno, do que imaginamos. Uma reportagem publicada pela BBC Future mostra como o calor extremo já começa a alterar o funcionamento do cérebro humano, inclusive agravando doenças neurológicas.
Segundo o neurologista Sanjay Sisodiya, da University College London, condições como epilepsia, derrames, esclerose múltipla e enxaqueca tendem a se intensificar com a elevação das temperaturas. Durante ondas de calor intensas como a de 2003, cerca de 7% das mortes excedentes na Europa estiveram diretamente ligadas a complicações neurológicas.
Mas os impactos vão além do corpo clínico: o calor também pode nos tornar mais irritadiços, agressivos e até menos produtivos. O estudo revela que nossas células cerebrais são extremamente sensíveis ao calor, e que a regulação da temperatura cerebral é um processo mais frágil do que parece. A ciência agora corre para entender quais grupos estão mais vulneráveis e como desenvolver sistemas de proteção, como alertas precoces e compensações a trabalhadores mais expostos.
Novo índice revela os países mais vulneráveis a choques climáticos
Nem todos os países enfrentam os mesmos riscos climáticos e menos ainda nas mesmas condições financeiras. Um novo estudo divulgado pela Fundação Rockefeller, em parceria com a Columbia Climate School, criou o Índice de Vulnerabilidade do Climate Finance (CliF), que avalia o risco climático de 188 nações com base em dois fatores: exposição a desastres ambientais e capacidade de resposta financeira.
A ferramenta interativa mapeia países mais vulneráveis a eventos como secas, inundações e conflitos, e destaca uma “zona vermelha” composta por 65 nações, em sua maioria, localizadas na África. Segundo o estudo, essas regiões não apenas enfrentam maiores ameaças, como também possuem acesso extremamente limitado a financiamento climático.
Como explicou Jeff Schlegelmilch, diretor do Centro Nacional de Preparação para Desastres da Columbia, os critérios tradicionais de ajuda externa, baseados apenas em renda per capita, não capturam as novas e complexas vulnerabilidades climáticas. O índice, portanto, busca preencher essa lacuna e orientar melhor os fluxos de recursos globais.
Sustentabilidade entra de vez na estratégia das grandes empresas
Sustentabilidade não é mais um diferencial: é prioridade. É o que mostra a terceira edição da pesquisa State of Sustainability, conduzida pela Forbescom mais de 1.100 executivos de grandes companhias ao redor do mundo. De acordo com os dados, 91% dos entrevistados colocam a sustentabilidade entre as cinco principais prioridades de negócio — um salto expressivo frente aos 22% de três anos atrás.
A reportagem da Forbes destaca que 89% dos líderes pretendem aumentar seus orçamentos ambientais ainda este ano. Além disso, a inteligência artificial tem ganhado papel central nos programas sustentáveis: em 2024, apenas 19% das empresas usavam IA nesse contexto; hoje, esse número já chega a 58%, com expectativa de ultrapassar 60% nos próximos meses.
Entre as iniciativas mais citadas estão a qualidade da água, a redução de plásticos e a gestão de energia. Para a maioria dos entrevistados, a ambição ambiental não vem apenas de pressão regulatória, mas também de retorno financeiro. Sustentabilidade, nesse novo cenário corporativo, é vista cada vez mais como um motor de receita.
Acompanhe também os principais índices ESG
Além das notícias da semana, você confere no Radar ESG o acompanhamento dos principais índices de sustentabilidade, incluindo benchmarks globais e brasileiros, além de dados sobre títulos verdes e setores ligados à transição energética.
A tabela apresenta uma visão consolidada dos índices que refletem diferentes abordagens dentro da agenda ESG, desde desempenho corporativo sustentável até indicadores de baixa emissão de carbono e clima.

O que achou deste conteúdo?
Clicando aqui, você pode deixar o seu feedback mais detalhado!
Confira outras edições do Radar ESG
Clima em alerta e os novos rumos na agenda ESG
Do apoio chinês ao fundo florestal à onda de calor nos EUA, passando pelas mudanças n [...]
Créditos de carbono, secas severas e o avanço global da energia limpa
Do Cerrado brasileiro à matriz energética, esta edição mostra os desafios e avanços q [...]
Aquecimento global em foco: ondas de calor, cidades em risco e as novas apostas em energia limpa
O impacto das mudanças climáticas já é realidade. De ondas de calor recordes a novas [...]