Payroll mostra mercado de trabalho resiliente nos EUA e CPI da Zona do Euro supera expectativas

No Radar do Mercado: geração de vagas nos EUA em abril veio acima das expectativas do mercado, mas surpresa foi compensada por revisão para baixo do dado de março. Na Europa, inflação da Zona do Euro vem acima do esperado em meio à discussão sobre intensidade do ciclo de cortes de juros pelo BCE

Por Itaú Private Bank

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Payroll de abril mostra mercado de trabalho resiliente nos EUA

O Payroll, relatório de folha de pagamentos do Departamento do Trabalho dos EUA, indicou a criação de 177 mil vagas de emprego fora do setor agrícola em abril, superando a mediana das expectativas, que era de 138 mil vagas, e um pouco abaixo do resultado de março, quando foram geradas 185 mil vagas (uma revisão das 228 mil divulgadas anteriormente).

A taxa de desemprego, por sua vez, se manteve estável em 4,2%, em linha com a expectativa do mercado. Já a taxa de participação oscilou 0,1 ponto percentual para cima, para 62,6%, em abril. Na parte dos rendimentos, os ganhos salariais por hora trabalhada subiram 0,2% no mês, levemente abaixo do valor registrado em março. Em 12 meses, o avanço foi de 3,8%, abaixo da expectativa de 3,9% e mantendo ritmo registrado no mês anterior.

Nossa visão: a leitura de abril superou as expectativas do mercado, mas foi compensada pela revisão baixista considerável do resultado de março. Ainda assim, a divulgação de hoje indica um mercado de trabalho ainda resiliente nos EUA para enfrentar os impactos do choque tarifário. Em um contexto de inflação ainda acima da meta, bem como com riscos altistas, a leitura de um mercado de trabalho sólido oferece a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manter sua postura de cautela.

Inflação da Zona do Euro vem acima das expectativas em abril

O Índice de Inflação ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Zona do Euro permaneceu em 2,2% em abril, na comparação anual. O indicador veio acima das expectativas do mercado (2,1%) com provável influência do feriado da Páscoa, que costuma impulsionar o consumo em itens como passagens aéreas, acomodação e alimentação fora do domicílio.

Já o núcleo, que exclui os componentes mais voláteis (como alimentos e energia), acelerou de 2,4% em março para 2,7% em abril, superando as expectativas do mercado (2,5%).

Nossa visão: as leituras mais fortes do CPI de abril e do PIB divulgado recentemente não devem ter impacto significativo sobre o cenário para o Banco Central Europeu (BCE) à frente, em contexto dominado por riscos expressivos para a atividade dados os esperados impactos resultantes do choque tarifário.

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